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Jackson precisa pensar mais em Sergipe e menos em Dilma e nele próprio

Pisou na bola

Por Joedson Telles

Leiam o que o cidadão Jackson Barreto externou sobre o presidente Michel Temer, segundo o jornalista Carlos Madeiro, do portal UOL, na última quinta-feira 19, durante o encontro de governadores do Nordeste, em Maceió (AL), curiosamente, para, segundo a própria página do Governo de Sergipe, “debater demandas da região junto à União, como a dívida pública dos Estados e a continuidade de programas federais importantes para a promoção do desenvolvimento nordestino”. Vai entre aspas fielmente o que diz a página do governo na web. Mas vejam trechos da manteria do jornalista do UOL. Entro em campo já já…

“O governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), criticou, na quinta-feira (19), a escolha do ministério do governo interino de Michel Temer. ‘Não gostei. Tanta gente da Lava Jato?! Não era combate a corrupção?’, questionou. ‘Temo [retrocessos] porque a cara do ministério não é cara de compromisso social.’ Barreto, que é um dos sete governadores do PMDB no país, disse que torce pelo retorno de Dilma Rousseff ao poder para que ‘volte a democracia’. ‘Se a democracia voltar, a Dilma volta’, disse o sergipano, que participou de encontro de governadores do Nordeste em Maceió. Procurado, Michel Temor afirmou, por meio de sua assessoria, que não comentaria as declarações”.

No gramado. Ressalve-se que é mais do que legítimo Jackson emitir um juízo de valor. Dizer o que pensa é uma das pérolas inegociáveis da democracia. Ainda quando se trata do líder maior de um medíocre governo que não respeita o contraditório.

O problema, e por isso abro o texto referindo-me ao cidadão e não ao governador, é quando um chefe do Poder Executivo estadual bate de frente contra um presidente da República, assumindo o risco real e imediato de jogar o estado na lista dos “esquecidos” do presidente. Quando critica um presidente que mal assumiu o cargo e é do seu próprio partido – e ainda faz questão de declarar amor a presidenta afastada -, Jackson oferece motivos de sobra para Michel Temer retaliar Sergipe. E será que Sergipe pode se permitir ao luxo de descartar a harmonia do Governo Federal? Quem conhece minimamente a política sabe das dificuldades de liberação de recursos – sobretudo nesta época de crise econômica.

O governador Jackson Barreto atesta aos que ainda tinham dúvidas que o seu projeto é pessoal. Sergipe vem em segundo plano. É como se não se importasse muito com as consequências que o estado pode sofrer com suas declarações. O que importa se a reunião que ele participou e discursou foi justamente para tentar com o próprio Temer o que não conseguiu com Dilma?

Um desinformado que tomar conhecimento dos fatos envolvendo o governador de Sergipe, Temer e Dilma pensará na hora que Sergipe é um estado modelo onde tudo funciona perfeitamente e graças aos recursos que Dilma Rousseff destinou por consideração ao governador Jackson Barreto.

Que Jackson como governador é um equívoco, a situação de Sergipe não deixa dúvida. Que como liderança seu próprio bloco trata de atestar a inexistência Sergipe já sabe também. Agora está demonstrando que faz escolhas infelizes também quando o assunto é fidelidade política a render bons frutos ou não. Se tem vocação para suicida político resta lamentar. Faz uso do livre arbítrio e é com ele mesmo. Mas levar Sergipe na carona é prejudicar além da conta um povo que não merece – sobretudo por ter acreditado nele lhe dando um mandato. Torçamos para que Temer o veja com insignificância e não leve as palavras a sério.

P.S. A motivação para Temer retaliar Jackson, e por tabela Sergipe, é maior ainda, se for verdadeira a notícia postada no portal Uol sobre a campanha dele para a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, em 2014. O PMDB Nacional, com o aval de Temer, doou dinheiro ao PMDB de Sergipe para a campanha do próprio Jackson Barreto a governador. Detalhe, segundo o portal Uol, os recursos foram oriundos de duas empreiteiras envolvidas no escândalo da Operação Lava Jato, a OAS e a Andrade Gutierrez. O PMDB de Sergipe admite que recebeu, sim, o dinheiro do PMDB Nacional. Mas argumenta que não procurou saber a origem da grana. Se for, de fato, oriunda de empresas fisgadas na Lava Jato será mais uma que o sergipano não merece. 

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