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Jackson nunca sonhou com a pré-candidatura de Zezinho Sobral

Por Joedson Telles  

O governador Jackson Barreto – e muito menos o político Jackson Barreto – sonhou em ver Zezinho Sobral se metendo nesta história de colocar o nome à disposição do PMDB para tentar ser prefeito de Aracaju. Jackson sabe e sente na pele que já tem problemas além da conta. Não avocaria mais um.

A lástima é que, como não costuma frustrar os planos dos amigos, permitiu a democracia falar mais alto e se desgastar com aliados é pouco: em cima do muro, Jackson provocou o distanciamento do decidido Valadares Filho, pode fazer o mesmo com Edvaldo Nogueira e ainda viver o pesadelo eterno de se transformar no maior cabo eleitoral do êxito de uma possível pré-candidatura do prefeito João Alves. Casa dividida não prospera. É bíblico.

Basta abraçar oficialmente a pré-candidatura do PMDB de qualquer jeito. Sem que Zezinho consiga, pelo menos, dar a entender ter densidade eleitoral para enfrentar de igual para igual três ou quatro nomes já testados e aprovados nas urnas de Aracaju – inclusive em mais de uma eleição. Não tem cara de amistoso, mas de Champions.

Faltou a Jackson coragem para barrar Zezinho lá atrás calçado em argumentos lúcidos, embora essa tenha sido a sua vontade. E parece lhe faltar coragem outra vez para abrir o jogo e não entrar num projeto que parece não decolar…

E nem e venham pra cá com esse papo de que Joedson Telles tem a língua grande e está colocando sal demais na comida. Que está contra Fulano ou a Favor de Sicrano. Quem entende minimamente de política sente quando um projeto empolga ou não o eleitor. Sobretudo numa cidade geograficamente pequena onde todos se conhecem e tudo se sabe, como cunhou Albano Franco.

Na verdade, Zezinho é um bom nome. Mas não é essa a discussão. O problema não é ele em si. Mas uma coisinha conhecida em política como “fila”. Sacou? Como se iria chegar para o deputado Valadares Filho, que estava no grupo até pouco tempo, e dizer para esquecer a densidade eleitoral provada nas urnas, os mandatos conquistados, o tempo de estrada e abrir mão da pré-candidatura para ser cabo eleitoral de um calouro, em se tratado das eleições de Aracaju?

Do mesmo modo, como descartar Edvaldo Nogueira, esquecendo sua história e suas obras como prefeito de Aracaju, trocando-o por um projeto que ainda sequer foi testado? Como usá-lo para pedir voto para um novato num eleitorado que já o elegeu prefeito? É aquela história de entrar no ônibus lotado e querer a janela.

Tudo isso passa, obviamente, pela cabeça do governador e, sobretudo, do político Jackson Barreto. Do alto da sua experiência, Jackson sabe que o tempo passa, mas não as dúvidas. Os números com os quais os políticos sempre trabalham em ano eleitoral fazem o alerta insistentemente. O eleitor sinaliza com maestria. Faz a sua parte. A Jackson cabe fazer a dele…

Li, salvo engano, numa velha revista no salão onde aparo os cabelos que “quando a vaidade entra em cena, às vezes, cega de forma tão voraz e, paradoxalmente, discreta que a pessoa morre no erro achando estar certa”. Nunca como agora Jackson precisou tanto daqueles óculos da onda que tirou com o Sintese para enxergar o momento e tomar uma posição lúcida e firme – ainda que provoque mágoas.

Modificado em 07/06/2016 21:29

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