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Há oponentes, mas não uma oposição de verdade

Ou: terá tudo para perder outra vez. Está ficando sem graça

Por Joedson Telles

Ao voltar a disparar verbos talhantes contra os Valadares, o deputado federal André Moura não ratifica apenas que ainda não superou a derrota nas urnas, no ano passado, e continua a jogar a conta no colo dos ex-aliados: o ex-líder de Temer reforça que os governos Belivaldo Chagas e Edvaldo Nogueira até têm oponentes, mas uma oposição de verdade, organizada em bloco e discutindo os problemas de Sergipe está para nascer.

As críticas existem, mas lembram carreira solo falida de ex-cantor de banda de sucesso. De forma isolada, um bate aqui, outro faz barulho ali… Mas projeto alternativo de grupo que é bom nada. A mensagem passada ao eleitor é de uma fragilidade colossal. A oposição explodiu na campanha de 2018 e as cinzas evaporaram com o resultado da eleição.

“Ah, Joedson Telles, mas não existem apenas André Moura e os Valadares”. Correto o internauta que fizer a observação. Há ainda o senador Eduardo Amorim e Heleno Silva entre outros. Verdade. Mas, se não se agridem, estão dispersos também.

Estiveram alinhados a André, em 2018, e o arrependimento é visível. Há pendências da última campanha clamando por soluções. E se eles pensam num agrupamento forte com chances reais de vencer as eleições 2020 e 2022 precisam resolver contra a própria vontade e pra ontem.

Não foram apenas André e Valadares Filho que desabafaram aqui no Universo. Heleno, que fala também pelo deputado federal Jony Marcos, fez queixas de André e ainda revelou que o ex-líder de Temer deu de ombros à candidatura do senador Eduardo Amorim ao Governo do Estado. Também neste espaço, André foi duro nas respostas a Heleno. E, por sua vez, Eduardo Amorim foi provocado também pelo Universo e não desmentiu Heleno.

Já foi dito e, vez por outra, alguém repete que a política é como uma nuvem que muda facilmente de lugar. Basta piscar os olhos. A definição de ser um jogo de interesses pessoais no qual vale tudo, inclusive engolir sapos, também já socorreu. E houve até que a definisse como a arte do satanás.

Este último parágrafo não permite esquecer: não se pode descartar que algumas conversas sejam o suficiente para, se não sepultar mágoas (ódios?), no mínimo, garantir um grupo para entrar na disputa, em 2020. Nada é impossível neste mundo que vicia chamado política.

Pelo contexto atual, e, sobretudo, pelo clima pós-eleição, Valadares Filho, que adquiriu musculatura, nos últimos pleitos, precisa abrir o diálogo com Eduardo e Heleno. Persuadi-los. Juntos, os três atrairiam mais políticos para a “nova” aliança e, assim, começariam a planejar as próximas disputas. Ter candidato a prefeito, principalmente na Grande Aracaju, soa prioridade, em 2020, e imprescindível para fortalecer os sentimentos de 2022.

Neste novo cenário, entretanto, se a animosidade persistir, André Moura estaria isolado, sendo obrigado a testar a força do capital político amealhado com a liberação de recursos para os prefeitos, tentando construir a chamada terceira via.

Evidente que, em política, da teoria à prática vai um oceano de distância. Mas creio que, neste momento, não há muita coisa diferente que os atores possam fazer.

E se os principais nomes que já formaram o grupo de oposição não se entenderem? Óbvio: não há muitos caminhos. Ser governo, deixar a política ou tentar construir minúsculos grupos que mais lembram candidaturas isoladas fadadas ao insucesso?

Em qualquer uma das hipóteses, o grupo governista agradeceria. Se enfrentar a máquina já é tarefa difícil para uma oposição unida e exercendo mandatos imagine em pé de guerra, esfacelada e sem um só líder no exercício de um mandato? A oposição terá tudo para perder outra vez. Está ficando sem graça.

Modificado em 09/01/2019 11:05

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