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Há como reabrir o comércio jogando contra o vírus

Por Joedson Telles

Leio no G1 que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao se referir à guerra contra o coronavírus, anunciou que os meses de maio e junho “serão os 60 dias mais duros para as cidades”. Em alguns locais, julho é o prazo previsto por ele. Evidente que não se trata de matemática. Mandetta, que tem sido responsável na condução do processo, mesmo com as bolas foras do presidente Jair Bolsonaro, trabalha com possibilidades.

Há quem fale em agosto e até setembro. Os mais céticos, contudo, preferem sequer jogar para o final do ano. Descartam previsões do tempo. Argumentam que não há remédio para tratar o vírus, e lembram que ninguém assegura que pessoas infectadas, cujos organismos venceram a doença, estejam livres de uma nova infecção. Ou seja, até a vacina ser descoberta, com ou sem “dureza”, o vírus estará cumprindo sua missão maligna de matar o maior número possível de pessoas.

Além das mortes e do sofrimento já vistos – e do que se espera -, o comércio fechado precisa ser pensado como o caos que é na vida de todos nós. Não são apenas empresários, logistas e funcionários que estão em xeque: além de todos nós consumidores e clientes sermos afetados, com a paralisação do comércio, Estados e municípios, que já estavam em crise, deixaram de arrecadar. E a pancada vem justamente num momento de despesas elevadas justamente pela batalha contra o inimigo invisível e letal.

É claro que colocar um ponto final no isolamento social e reabrir o comércio normalmente já está provado, pela experiência de outros países, que aliviaria o problema por um curtíssimo tempo, mas depois o multiplicaria.

O vírus permutaria sua ação no varejo pelas condições favoráveis para infectar e matar no atacado. Infectadas e infectando, pessoas não teriam condições de trabalhar. Quem não fosse parar num hospital, numa UTI, em muitos casos, asfixiando o sistema de saúde, voltaria ao isolamento social do mesmo jeito. Só que doente.

Isso, contudo, não quer dizer que precisamos radicalizar e manter o comércio fechado. O caos chegaria bem antes. Lazer, escolas, academia esqueça. Mas há, sim, formas de abrir o comércio, minimizar os estragos na economia e não expor tantas pessoas ao vírus.

Por parte dos empresários e logistas, por exemplo, além de redobrar os cuidados com a higienização dos prédios e assessórios, é essencial distribuir máscaras entre os funcionários e fiscalizá-los nas práticas constante de lavar as mãos com água e sabão e do uso do álcool em gel. E, lógico, adequar os serviços ao distanciamento social, proibindo aglomerações.

Já o poder público, além de fiscalizar isso de perto, precisaria decretar, organizar e fiscalizar um rodízio entre as pessoas. Ordem alfabética ou o mês do aniversário, por exemplo, poderiam servir de base para que a polícia fizesse o controle nas ruas, mediante o RG, orientando, sem violência, o cidadão, que, por sua vez, precisaria entender a gravidade do problema e fazer a sua parte.

Evidente que há outras formas de lidarmos com o monstro e reabrir o comércio. A ideia aqui não é ser o salvador da pátria, mas se somar aos que a querem salva. A vida sempre precisa estar em primeiro lugar. Não se discute. Assim como não se discute que, até encontrarmos uma forma de o comércio voltar a funcionar, o problema só será cada vez mais agravado.

Modificado em 13/04/2020 09:53

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