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Há algum lixo a esconder da sociedade, Jackson?

Jackson: “Seixas Dória”

Por Joedson Telles

Patética? Arrogante? Desairosa? Como definir a cena em que o governador Jackson Barreto esquiva-se do jornalista Cláudio Rocha, da TV Atalaia, como o diabo foge da cruz? Se o internauta não assistiu, corra lá no YouTube… O governador mudou de assunto antes de o jornalista concluir a indagação que qualquer sergipano lúcido gostaria de obter uma resposta honesta: “O senhor tirou João Batista da SSP atendendo a aliados políticos?”

Prefiro definir o episódio como fidúcia no embrutecimento de uma sociedade refém do próprio voto. Por que o governador deve satisfação ao eleitor? Quem é o eleitor? Jackson é o governador, e pronto. Quem estiver achando ruim aguarde a próxima eleição.

Bastou o trivial para se alimentar, não sem sentido, o juízo acima. Um jornalista, cumprindo o seu papel, indaga um homem público sobre uma ação sua no serviço público, mas fica sem resposta. Saliento: não foi uma indagação sobre a vida pessoal de Jackson. Esta só interessa ao próprio.

Vimos a intenção do jornalista de dar satisfação a quem paga os vencimentos do governador sobre uma atitude dele no momento em que, finalmente, o governo começa a reagir na guerra que vem perdendo feio para os criminosos.

Mas o governador optou por não responder. Embarcou no elevador, deixando não apenas o repórter, mas Sergipe sem a resposta. Diante da insistência do jornalista e da não cumplicidade do elevador, que não se moveu de imediato, assistisse a um Jackson nervoso. Sai do elevador, entra em seguida, gesticula, pega no repórter, usa Seixas Dória como desculpa, mas não responde. Como se uma coisa dependesse da outra: Seixas Dória e a mudança na SSP.

Não tardo a incomodar os botões: Jackson não percebe que erra feio, ao se furtar dar satisfação à sociedade sobre uma mudança tão significativa no Governo do Estado? O governador não tem um assessor sequer que o aconselhe a evitar este tipo de mico, sob pena de desgastar ainda mais a sua imagem? Falta preparo aos assessores ou coragem para falar a verdade ao boss?

O que custa olhar nos olhos de Jackson e dizer com o devido respeito: “governador, o senhor errou. A imprensa representa Sergipe. Quem o elegeu. Os verdadeiros donos deste Estado que o senhor administra deixando a desejar. O senhor deve, sim, satisfação dos seus atos a quem paga seus salários. E essa história da SSP está mal contada. A decisão final é sua, governador. Mas como seu auxiliar tenho a obrigação de alertá-lo”. Pronto. Não haveria um só corpo no IML por isso.

Dia desses foi aquele episódio inesquecível e lamentável dos óculos diante do pleito dos professores. Já não basta o silêncio inexplicável em momentos nos quais Sergipe espera uma entrevista coletiva espontânea do seu governador, mas frustração é o verbete? Precisa mesmo o governador se furtar colaborar com a imprensa? Não dar explicações à sociedade? Aquela frase que diz “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos…” não é sagrada, mas uma pegadinha da Constituição?

Se a permuta no comando da SSP não foi para atender a aliados políticos, o que custava Jackson responder com um “não”, educadamente, ao jornalista? E se foi para atender, de fato, aos aliados, o que teria Jackson Barreto a esconder? Quem são estes aliados e porque teriam exigido a mudança? Que poder teriam sobre o governador do Estado? Há algum lixo a esconder da sociedade, Jackson? Já sei: só Seixas Dória. Seixas Dória…

Modificado em 26/04/2017 09:07

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