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Gualberto não precisa de ninguém copiando sua retórica. Sabe usar a tribuna muito bem

Georgeo: incomodando além da Assembleia

Por Joedson Telles 

Na sessão desta terça-feira 25, o deputado estadual Georgeo Passos (PTC) precisou usar a tribuna da Assembleia Legislativa para comentar um texto publicado num setor isolado da mídia sergipana, no último domingo 23, cujo autor, no anonimato, tenta desqualificá-lo sem sequer ouvi-lo. O parlamentar levou porrada, imagine, pelo fato de contrariar o líder do governo, o deputado estadual Francisco Gualberto (PT), este, óbvio, no seu papel, num debate salutar à democracia do Poder Legislativo. Georgeo valeu-se unicamente de argumentos jurídicos, técnicos. Usou o regimento, mas, como tentava impedir que o Estado fizesse uso dos depósitos judiciais, incomodou setores governistas fora da Assembleia Legislativa. Pisou no pé e o grito foi alto.

Ainda esta semana, a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) promete entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a ideia. Ironicamente, o que tentou provar o deputado Georgeo Passos. No dia do embate, os deputados falaram o que estavam sentindo democraticamente, e, com a aprovação do Projeto de Lei, autorizando ao Estado fazer uso do dinheiro, pensava-se que o caso estaria encerrado em termos de deputados. Ledo engano…

… Quem conhece a Casa, e, sobretudo, a frequenta para acompanhar in loco o que acontece por lá, tem uma convicção: não foi o primeiro embate entre Georgeo x Gualberto. Tampouco o último. Aliás, oposição e situação debatendo assuntos, pertinentes ou não, é praxe em qualquer parlamento do mundo. Evidente que o respeito não apenas ao colega deputado com quem se trava a discussão, mas também ao regimento da Casa, aos demais colegas e, sobretudo, à sociedade deve sempre permear quaisquer ações dos atores. Mas o clima, às vezes, esquenta mesmo. Deputados são pessoas de espírito, carne e ossos como qualquer jornalista ou pessoa. Além disso, oposição tem, sim, que existir. Que história é essa? Só vale se for governista?

O jornalista que assina este texto, aliás, só não assina um juízo se este não o pertencer, estava presente à sessão, e atesta a competência do deputado Francisco Gualberto para rechaçar o que entendeu como arrogância do deputado Georgeo Passos. Inclusive, em certos momentos, com muita dureza. Se existe um deputado que sabe usar a tribuna e não precisa de ninguém copiando sua retórica é o petista Francisco Gualberto. Como ele mesmo diz, “este baixinho não abre para ninguém”…

… A ironia da polêmica é tanta, observe-se, que o papel de Georgeo Passos, deputado que vem se destacando pela qualidade com que faz oposição sem agredir, sem ficar nervoso, calçado em documentos, poderia muito bem ser feito pelo próprio Gualberto. Bastaria que o governador fosse João Alves Filho (DEM) ou Eduardo Amorim (PSC), por exemplo, e os deputados fossem votar o mesminho projeto. Ou não?

Será que enquanto deputado de oposição, Gualberto não teria o direito de tentar provar a inconstitucionalidade da mesma matéria? Ninguém é tão ingênuo para pensar o contrário. Para imaginar o PT votando em bloco em João ou Amorim. O PT autorizando o adversário utilizar um dinheiro cujos donos sequer foram consultados sobre a possibilidade de emprestá-lo.

Aliás, não precisamos falar da coisa alheia para chamarmos a prova dos nove. Basta pegarmos como votaram (e o que discursaram) os vereadores petistas Iran Barbosa, Emmanuel Nascimento e Dr Emerson, frente ao Projeto de Lei do Executivo Municipal de Aracaju, que, aprovado, autoriza o prefeito João Alves vender terrenos, não de terceiros, como os depósitos judiciais, mas da própria Prefeitura de Aracaju.

Se conhecesse o anonimato, o deixaria de ser, óbvio. Mas encomendaria, de pronto, um texto opinativo sobre a posição petista na Câmara Municipal de Aracaju. Só para tirar um sarro. Compararia com o juízo de valor emitido contra o deputado Georgeo Passos – um jovem de futuro brilhante neste terreno minado chamado política. A reação não deixa dúvida.

 

 

Modificado em 25/08/2015 15:54

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