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Governistas esboçam 2018

Por Joedson Telles

O governador Jackson Barreto e o vice, Belivaldo Chagas, parecem afinados e prontos para marchar em prol dos mesmos objetivos, em 2018. A cada dia, a dupla vai enchendo a pá de cal a ser jogada na dúvida sobre suas pré-candidaturas no campo majoritário, dando de ombros a pesquisas açodadas. E, pelo menos nos seus discursos, mostram astúcia, ao não subestimar a oposição. Compreendem bem que Eduardo Amorim, Valadares e André Moura não andam lá tão coesos, mas, nem por isso, deixam de ter desígnios afins, e isso serve de cimento.

Governador e vice sabem que a oposição, além do desejo natural de vencer o pleito, quer vingança. As últimas derrotas que amargou ainda machucam. Ganhar soa questão de honra. De sobrevivência política para alguns, inclusive.

Com a etiqueta na testa de líder do presidente da República, André não entraria numa disputa sem dar o sangue pela vitória. Como carregar a fama de ser o político que mais ajudou o estado, nos últimos tempos, e não ter forças para ser governador ou, no mínimo, ajudar a eleger o futuro chefe do Executivo? Se André já é determinado, em tais circunstâncias, é bom esperar um leão em cena.

As provocações do senador Valadares, sobretudo nas redes sociais, quando o assunto é Jackson Barreto, dizem com muita eloquência que Sergipe está diante de uma disputa política, evidente, mas que também entra no campo pessoal. Se não bastasse a derrota de Valadares Filho, em 2016, com JB no palanque adversário, Valadares não engoliu até hoje o então fiel aliado de Simão Dias aliando-se ao inimigo. E, assim, anseia também por vingança. Derrotar Jackson e Belivaldo é imperioso para o rico currículo do senador.

Por sua vez, Eduardo Amorim, que perdeu a eleição para um Jackson gozador, em 2014, enxerga 2018 como a única chance de uma desforra. Sabe que, no próximo pleito, será praticamente impossível o embate se repetir por vários fatores. Inclusive porque o resultado das eleições do ano que vem poderá significar a aposentadoria do derrotado.

Tais questões óbvias que envolvem a oposição, evidente, passam pela cabeça de Jackson. Idem pela mente de Belivaldo. E, obviamente, o restante do grupo está atrelado ao pensamento dos líderes do processo, sobretudo quem tem pretensões de fazer parte da chapa majoritária.

Diante do quadro, já é possível perceber um ensaio do que será a campanha do ano que vem – sobretudo na TV e nas redes sociais. Mais organizados, os governistas já esboçam 2018. Sabem que serão atacados nos pontos fracos do governo, e não escondem que precisam mesmo melhorar. Argumentam, contudo, que o governo Jackson também tem muitos pontos positivos e apostam que há tempo para solucionar problemas. Prometem exibir a casa em ordem antes de o eleitor ir às urnas.

Por outro lado, o marketing governista da desconstrução dos adversários, que triunfou nos últimos pleitos, está mais vivo que nunca e já de prontidão. Quando o governador Jackson Barreto diz em alto e bom som que Belivaldo é trabalhador, competente e é honesto, que tem responsabilidade com o dinheiro público, deixa isso evidente.

É só lembrar que, na eleição de 2014, o mesmo Jackson colocou em xeque a honestidade do irmão do então candidato rival Eduardo Amorim, o Edivan Amorim, passando ao eleitor, inclusive, que a família, e não Eduardo, se fosse eleito, comandaria o destino de Sergipe. E foi na jugular como todos sabem. Passada a eleição, o governador Jackson, vez por outra, dispara contra o senador Eduardo Amorim: “é preguiçoso”, entre outros adjetivos afins.

O embate Jackson x Valadares é tão corriqueiro, às vezes minúsculo, que se tornou chato. Nem é preciso lembrar as setas lançadas. A animosidade com André Moura é também pública e notória. Jackson, quando agiu para retirar votos do então candidato a prefeito de Aracaju Valadares Filho, em 2016, resumia para o eleitor que ele estava com André Moura, tentando passar a imagem de um André leproso politicamente.

Pegando o confete que atira em Belivaldo enfatizando a honestidade e as alfinetadas dadas em adversários, é difícil saber o que se passa pela cabeça de JB para 2018? A oposição que se prepare. O que o senador Valadares batizou de “marketing do mal”, e governistas chamam de “marketing contra o mal”, estará tão presente na eleição quanto candidato, voto e urna.

É cedo para definição de 100% dos nomes? Claro. De alianças? Idem. Podemos ter surpresas? Teremos. Brasília, sobretudo a definição se o Lula será preso ou candidato, influenciará Sergipe? Evidente. Ninguém diz o contrário. Agora, que o discurso da oposição de atacar as falhas do governo está na ponta da língua e a retórica governista está pronta para tentar desconstruir, mais uma vez, a imagem da oposição não há dúvida. E isso não muda. Quer apostar uma Heineken canela de pedreiro?

Modificado em 21/11/2017 06:56

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