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Fábio Henrique e a impaciência com Edvaldo

Por Joedson Telles

A impaciência flagrante demonstrada pelo deputado federal Fábio Henrique, na entrevista que concedeu ao Universo, no último final de semana, no tocante à eleição de Aracaju, parece em contraste com a aparente “tranquilidade” com que o prefeito Edvaldo Nogueira convive com a possibilidade de trocar o PC do B pelo PDT. As aspas são a propósito de, nas contas do próprio Fábio Henrique, Edvaldo ter quase 40 anos de PC do B. Não é fácil a ruptura, óbvio.

Neste caso, então, quer dizer que Fábio Henrique erra ao querer logo uma definição? Ter logo a conversa de praxe para que a aliança seja vantajosa para ambos? Fábio precisa compreender as circunstâncias e ter mais paciência? É e não é.

Se por um lado é inegável que Edvaldo terá que tomar uma decisão dificílima e precisa esticar a corda ao máximo, por outro, Fábio Henrique é o maior líder do PDT em Sergipe e, óbvio, precisa dar uma direção aos seus correligionários sobre a importante eleição de Aracaju, pra ontem.

O fato de o PDT não abrir mão de ter um candidato próprio a prefeito de Nossa Senhora do Socorro, numa eleição que, provavelmente, enfrentará Padre Inaldo sentado na cadeira de prefeito, obriga ao partido ajustar as coisas em Aracaju, onde trabalha para ter a maior bancada da Câmara Municipal, o mais rápido possível.

Sem falar que o PDT também tem tudo para ter candidato próprio em São Cristóvão. A oficialização de uma pré-candidatura do atual vice-prefeito do município, Adilson Júnior, soa questão de tempo.

Tudo que Fábio Henrique e o PDT precisam é, o quanto antes, definir os rumos de Aracaju para focar Socorro e São Cristóvão sem maiores surpresas na capital. Sabe aquela frase bíblica: “casa dividida não prospera”? Ou o lugar comum: “gato com dois sentidos não pega rato”? É mais ou menos por aí.

O PDT, evidentemente, não pode descartar a eleição de Aracaju por motivos triviais. Mas, pela chance que tem de voltar a comandar Socorro, pela sua força eleitoral naquele município, não pode também nem pensar em dar algum passo que não esteja em sintonia com o êxito do projeto.

O prefeito Edvaldo, por sua vez, precisa abrir algum tempo na sua agenda para que o pré-candidato acerte essa questão. É sentar com Fábio Henrique, conversar e definir se migra ou não para o PDT. No mínimo, empenhar a palavra. Adiar a decisão tem seu lado negativo.

Edvaldo, que pode não se acertar com o PT, que vive a resmungar, não pode se permitir ao luxo de abrir a possibilidade (pequena, mas não impossível) de não apenas o próprio PT, mas também o PDT abrir diálogo com o PSB, fortalecendo, assim, a oposição.

Nunca é demais lembrar que as três legendas já estiveram no mesmo palanque e que, aparentemente, não haveria problema algum em voltar à convivência – juntando mágoas, densidade eleitoral e tempo de rádio e TV.

Modificado em 15/10/2019 08:39

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