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Existe o verbete respeito no dicionário de Jackson?

Por Joedson Telles

O governador Jackson Barreto parece pronto para tratorar, mais uma vez, os deputados estaduais da oposição, que não digerem a ideia governista de usar um decreto para mexer na Lei do Proinveste, aprovada depois que o saudoso Marcelo Déda documentou sua palavra e amarrou as obras a serem executadas com tais recursos.

Aliás, antes de aprovar a lei, na época, a oposição fez a exigência como forma de zelar pelo dinheiro público. Transformar o Proinvste numa espécie de verba carimbada. Déda entendeu a importância e o acordo foi feito.

Entretanto, com a maioria dos deputados votando exatamente como o governador Jackson Barreto quer não haverá dificuldades de passar o trator por cima de tudo e de todos outra vez. Não será a primeira e nem a última votação com os mesmos vícios.

Evidente que o fato de um governador ter o comando na Assembleia Legislativa, de mandar a autonomia que precisa existir entre os Poderes às favas nem sempre garante atitudes em sintonia com as expectativas da população. Atitudes éticas, corretas, respeitosas. O excesso costuma ser nocivo em quaisquer circunstâncias. No mundo político nem é bom falar.

A propósito, indago aos botões: será que no dicionário do governador Jackson Barreto existe o verbete respeito? Falo do político em fim de carreira, e não da pessoa. O homem Jackson sequer interessa aqui.

Falo do governador que, como disse e ratifiquei aqui, tanto criticou os governos anteriores, mas, ao chegar lá, se mostra o pior de todos os gestores, como até aliados admitem. Um projeto fracassado a viver de desculpas pífias ou do silêncio a atestar equívocos imperdoáveis. Se existe respeito, passa da hora de deixar isso mais claro.

Se não vejamos. O governador Jackson Barreto respeita a memória de Déda, ao tentar usar um decreto para desfazer uma lei que o saudoso conseguiu aprovar com tanto esforço? Óbvio que não. Respeita os deputados da sua bancada, quando os expõem em votações polêmicas, que os desgastam frente aos seus eleitores? Não, é claro.

Jackson respeita a imprensa, e por tabela, a sociedade, quando se recusa a dar respostas, não sobre seus fins de semana, mas sobre o governo do povo que está à frente, até o dia 31 de dezembro de 2018? Não. Como não respeita os professores, quando usa de chacotas com o Sintese, como aquela onda inesquecível dos óculos.

Jackson respeita os servidores, ao não conceder o aumento e ainda parcelar salários? Respeita aposentados e pensionistas? Respeita a oposição, quando não admite o contraditório e parte para desqualificar adversários ou usar da anarquia com apelidos? Deixo a inteligência do internauta aflorar mais e mais exemplos. Não vou ficar aqui o dia todo…

Pegue, agora, determinadas ações do governo Jackson Barreto, a falta de outras, apresente a pessoas minimamente inteligentes, exclua quem, de alguma forma, lucra diretamente com ele no poder, e ateste o que Sergipe pensa deste governador legitimado nas urnas, mas fracassado no projeto de administrar correspondendo expectativas do conjunto da população. Indague o público e não um público.

Pise o terreno que quiser. Segurança Pública, Saúde, Educação… As respostas serão sempre aquém do que o Jackson Barreto de outrora, na oposição, sempre cobrou do governador de plantão. Sergipe vive o seu pior momento.

Sei, e a idade não me permite pensar o contrário, que tanto faz como tanto fez externar o que penso neste modesto espaço. O governador sequer deve perder seu tempo lendo. Se o faz deve tratar com o mesmo desdém que trata a oposição. Não espero, portanto, mudar a cabeça do governador. Fazê-lo refletir sobre sua história, comparar com o seu pífio governo e derrubar a ficha. Nada.

Até porque, sinceramente, creio que este governo já acabou faz tempo. É um fardo pesado carregado pelos contribuintes, que continuarão bancando com seus impostos, até dezembro de 2018, e amargando a falta de saídas para muitos problemas. As soluções continuarão no varejo a falta delas no atacado. Porém, como político costuma subestimar inteligência, faz sentido documentar o caos. Pode ser útil nas próximas eleições.

Modificado em 22/06/2017 08:01

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