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Eu, você, todos nós pagaremos a conta? É isso?

Dinheiro: eis o problema

Por Joedson Telles

Vem cá: deixa ver se eu entendi direito: o governo Jackson Barreto deve o 13º ao maltratado servidor público. Como alega não ter dinheiro para pagar, faz, então, um acerto para que os servidores tomem o equivalente emprestado ao Banco do Estado de Sergipe, sendo o próprio Estado o avalista. Eu, você, todos nós pagaremos a conta? É isso? Pra variar, os deputados avalizariam mais uma medida nociva à coletividade e o problema estaria resolvido? Assim como quem acende uma lâmpada tocando no botão? Ah, o Banese teria o dinheiro de volta quando o Estado depositasse sabe Deus o dia, a hora e o local.

Foi numa brincadeirinha parecida de pegar dinheiro de banco público emprestado daqui e botar ali que a presidente Dilma Rousseff cavou essa febre do próprio impeachment em forma do que se passou a conhecer como “pedaladas”. É certo que no caso genuíno Jackson sequer enxergaria a cor do dinheiro. Os próprios servidores contrairiam o tal empréstimo. Todavia agiriam estimulados pelo governo enquanto avalista. Jogada de mestre, não? Mas nem por isso deixa de ser dinheiro de banco público sendo emprestado a quem não tem obrigação nenhuma de pagar, tendo um Estado que confessa não ter dinheiro como avalista.

A presidente Dilma também não contou com o aval do Poder Legislativo para suas “pedaladas”. Em Sergipe, o líder do governo, o deputado Francisco Gualberto, deu a notícia da genial ideia do empréstimo aos demais parlamentares, nesta quinta-feira 10. O governo quer o sinal positivo que divide responsabilidades. Espera-se, contudo, que a Casa reflita antes de atender a mais um pleito que pode emergir como positivo no varejo, mas jamais no atacado.

Os deputados precisam levar em conta que, uma vez aprovando o tal empréstimo, podem até ajudar a resolver a questão de grande parte dos servidores e, sobretudo, servirem um analgésico ao governo para amenizar sua eterna dor de cabeça quando o assunto é dinheiro e obrigações, mas e o Banese? Terá quando o dinheiro restituído?

E os donos do banco? O Banese, que como todo banco visa lucro, perderia dinheiro? Numa crise dessa, rejeitaria receita em forma de juros, como é praxe nos bancos? Ou Estado pagaria os juros com o suado dinheiro do contribuinte, sendo este servidor público ou não? Em qualquer uma das hipóteses, percebam, estaria o governo Jackson Barreto penalizando o inocente conjunto da população para cumprir sua obrigação básica de pagar o 13º do servidor.

Modificado em 10/12/2015 16:24

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