body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Em política, não existe apoio de graça, e o tolo não se cria

Por Joedson Telles

Chamo a atenção do internauta para refletir sobre mais um processo eleitoral. Não basta espelhar o senso comum, fitar aqueles que se apresentam como candidatos a prefeito e definir o voto. Tampouco acrescer apenas uma análise profunda do projeto político proposto e da história de vida pública do postulante.

São elementos importantes, obviamente. Contudo, a própria história politica joga por terra quaisquer certezas sobre coerência com promessas de campanha e êxito nos desafios do futuro mandato apenas levando em conta estes aspectos. Uma gestão  desastrosa não se resume ao chefe do Poder Executivo. Por questões óbvias, envolve necessariamente também aqueles que o cercam. Vice, secretários, presidente de órgãos…

Não gratuito, a política reservou um lugar especial para a frase “ninguém governa com os inimigos”. Nesta junção de vocábulos percebe-se que aquele que vence o pleito quer – e vai – governar com amigos.

A “necessidade” de abrigar aliados desempregados e ter confiança em quem ocupa cargos estratégicos parece confortar o gestor – quando este abre mão de nomear, não um inimigo, é óbvio, mas o melhor tecnicamente. Aquele que tem as melhores respostas para as demandas da sociedade.

E é dentro deste limite de possibilidades, do conjunto dos políticos que cerca o candidato vencedor que, certamente, o time de auxiliares será escalado. E aí cabe ao eleitor a responsabilidade de estar atento aos “pequenos” detalhes antes de decidir seu voto. Levar a sério as frases “quem é quem e quem está com quem” é ainda a melhor forma de minimizar estragos. O que leva fulano a abraçar o projeto de sicrano é a indagação que não pode ficar sem resposta.

Em política, com raríssimas exceções, não existe apoio de graça, e o tolo não se cria. De praxe, a adesão “se justifica” pela promessa de cargos comissionados ou de um apoio político futuro. Fulano apoiará Beltrano que, se vencer, o nomeará secretário de alguma pasta. Já Sicrano, condicionou apoiar Beltrano com o compromisso de receber apoio nas eleições 2022. Fora os acordos nada republicanos…

Desde que quem ocupe um cargo público reúna condições para isso, não há pecado. Soa um sonho utópico preencher todos os cargos com um concurso público. E, ainda assim, não se teria a excelência. Há gente ocupando um cargo comissionado que já provou ser melhor que muita gente concursada.

Todavia, tudo precisa ser feito às claras. Estamos falando da coisa pública. Como os políticos costumam não revelar os detalhes dos acordos, o eleitor tem como ferramente a sua própria inteligência para analisar tudo e brecar interesses que não coincidam com o coletivo.

Modificado em 01/09/2020 08:21

Universo Político: