Edvaldo precisa pedir o silêncio de Almeida Lima

Por Joedson Telles

Recebo um e-mail no qual se lê que o ex-deputado federal Almeida Lima usa uma rede social para derramar um “pano de guardar confetes” no primo e ex-desafeto Jackson Barreto pela opção por Edvaldo Nogueira. Na mesma tacada, elogia o governador por aderir à moda Eliane Aquino, colocando, assim, o PT, na suposta chapa como vice. E, por fim, sugere que o deputado federal Valadares Filho descarte seu projeto de tentar ser prefeito de Aracaju e reforce a pré-candidatura de Edvaldo.

Evidente que já virou lugar comum: a política tem das suas e nada surpreende. Por mais incoerente que seja o juízo emitido não espanta mesmo. Se a política não costuma ter limites o que dizer de certos atores? Todavia, até em se tratando de política, cabe o bom senso. E Almeida Lima não emerge como o mais apropriado para aconselhar Valadares Filho a desistir de uma pré-candidatura que já não é só sua.

Vá lá que, como o assunto é política, a vala comum, se veja como normal, só agora, depois que Jackson se manifestou, Almeida Lima abrir a boca. Por que não defendeu Edvaldo antes? Aceita-se também a sua contradição ao não poupar elogios ao mesmo Jackson Barreto contra o qual já disparou sua metralhadora sem piedade várias vezes. E olha que Jackson era apenas uma promessa. Não era o gestor fraco que se revelou no Governo do Estado do qual, ironicamente, Almeida Lima faz parte.

Registre-se também sua defesa por uma aliança com o mesmo PT de Lula, Dilma e Déda. PT no qual, outrora, bateu duro fígado no ritmo da “micareta picareta” e aguçado pela “capinação de área pavimentada a paralelepípedo”, pra lembramos apenas dois tópicos da extensa lista.

O mais desequilibrado, contudo, é o gesto arrogante de um político que já correu da disputa pela Prefeitura de Aracaju, provavelmente temendo que as urnas respaldassem as pesquisas nada favoráveis: sugerir o PSB fora do processo eleitoral de forma direta.

Trivial que Edvaldo Nogueira tenha a iniciativa democrática e política de tentar persuadir Valadares Filho a desistir para lhe apoiar. Uma atitude normal do mesmo jeito que Valadares Filho pode tentar lhe convencer a abrir mão do seu projeto para apoiar a pré-candidatura do PSB. Mas Almeida Lima carregando toda a incoerência já lembrada aqui fazer o apelo? E as credenciais? Com qual liderança age?

Edvaldo Nogueira precisa agradecer a intenção, mas implorar para Almeida Lima permanecer mais quieto do que gato preguiçoso em dia chuvoso.

Cá pra nós, internauta, se Valadares Filho teve a personalidade de entregar os cargos do PSB ao governo do PMDB em nome da independência e foi o primeiro a anunciar uma pré-candidatura, ainda quando fazia parte do grupo do governador, mesmo contrariando o líder Jackson Barreto, vai recuar por conta de um apelo de Almeida Lima? Digo mais: após conquistar o apoio do PSD, e podendo ainda ter também o PDT no palanque, o PSB vai recuar pela vontade Almeida Lima?

Quer mais? Depois de ser provocado por Jackson Barreto (para quem ele age pela cabeça do pai) e por João Gama (que considera sua pré-candidatura sem alma) com que cara Valadares Filho diria, hoje, aos que aderiram ao seu projeto que estaria jogando tudo para o alta para atender ao apelo de Almeida Lima, seguindo o PMDB? Como disse, a aliança Valadares Filho/Edvaldo não é impossível. Mas só os dois pré-candidatos podem conversar e decidir isso. Almeida Lima, não.

P.S 1 Almeida Lima foi um excelente gestor de Aracaju. Como legislador, ele também prestou grandes serviços a Sergipe, sobretudo em se tratado de recursos chegando ao estado… Pra não dizer que não falei das flores, concordo com ele quando ele posta que “nesse momento não há vaga para oportunista”. É por aí, Almeida.