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E o futuro de Mendonça Prado?

Mendonça: ainda não externou seus planos

Por Joedson Telles

O grande deputado federal Mendonça Prado espelhou seu sentimento diante do fato de não ter conseguido o aval do eleitor para continuar seu trabalho na Câmara Federal, recorrendo à inteligência do ímpar Rui Barbosa. Veja o que ele postou em seu face, na noite desta quarta-feira 17, menos de 24 horas para a diplomação da qual foi excluído aos 44 do segundo tempo com uma decisão do TSE favorável ao concorrente André Moura. Já já retorno ao gramado.

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto”.

No jogo outra vez. Pra começar, tenho a ousadia de discordar profundamente desta frase do, como já disse, ímpar Rui Barbosa. Creio que o homem de bem, o que faz a diferença de verdade, jamais pode sequer cogitar jogar a toalha – quanto mais permitir que pingos do líquido ateiem o solo. Que história é essa de ter vergonha de ser honesto? Mas entendo o desabafo de Mendonça.

Não deve ter o sabor de um bem feito bobó de camarão comprar a briga que ele comprou, colocar em xeque a harmonia da família, ao tomar um caminho inverso ao do sogro (ainda líder político?), João Alves, perder a eleição e, de quebra, saber que o desafeto Eduardo Amorim continua senador por pelo menos mais quatro anos – e mesmo derrotado também, nas últimas eleições, não arranhou sua coerência, e  segue como o líder da oposição em Sergipe. Não é fácil: Jackson governador, João prefeito, Eduardo senador, Maria senadora e Mendonça Prado sem mandato. Difícil absorver tamanha pancada  – sobretudo para um político jovem que vinha em crescimento. Evidente que o deputado minimiza, mas como diz uma música chata que, vez por outra, um desocupado resolve sacanear ouvindo num volume altíssimo próximo ao prédio onde moro, “Está doendo é…”.

Música que não presta à parte, em meio à contrariedade da derrota emerge a curiosidade de praxe no universo da política: qual o futuro de Mendonça Prado, a partir de janeiro de 2015? Novo, cheio de sonhos, trabalhador, ficha limpa… Mas e agora, José – de Araújo Mendonça Sobrinho? Muda de partido? E se mudar vai para aonde? PMDB de Jackson? Mendonça Prado será o 1510? E se for chega com cacife para ser o candidato a prefeito de Aracaju? Chega como estrela ou vai lá para o fim da fila, de onde assistirá, em breve, JB escolher outro aliado para a disputa? Mendonça esfria a cabeça que jura não estar quente e resolve tudo no diálogo com João Alves, como é de praxe em qualquer família?

Qual o futuro de Mendonça? Será secretário do governo Jackson Barreto, como já começam as especulações? Em assumindo uma secretaria, qual seria essa pasta? Mendonça teria como, de fato, mostrar serviço? Seria uma secretaria que lhe possibilitaria dar sequência ao seu trabalho? Ou um consolo sem verba, em época de vacas magras?

Aliás, por falar em especulações, já existem ensaios também no sentido de que Mendonça foi, simplesmente, usado. Foi útil para desgastar o então candidato a governador Eduardo Amorim, e, por tabela, Maria do Carmo. Mas, como não é aliado de primeira hora, não teria chance alguma de um voo mais ousado no grupo.

E o que fazer, então? Mendonça deve tentar um partido pequeno, e contar com a lealdade do vereador Nitinho, para ser liderado – e começarem, assim, o chamado trabalho de formiguinha? Seria o melhor caminho ideológico para Mendonça? Ou ele deveria ficar satisfeito com os mandatos de vereador, deputado estadual e federal e pendurar a gravata? Mendonça Prado era o 2510? Seria uma boa saída deixar a vida pública, após uma derrota nas urnas, que sempre ficará no imaginário do eleitor que sem o verbete animosidade não aconteceria?

Evidente, o internauta tem as suas indagações também. Mais certo ainda que não é obrigado a sentir que há a necessidade de tais perguntas serem feitas. Pode, simplesmente, achar que Mendonça Prado é dono do nariz, é maior de idade e tem livre arbítrio para continuar fazendo o que lhe manda a consciência. E, obviamente, o internauta terá resumido a opera. Acrescento apenas mais um detalhezinho: liberdade e segurança não costumam comer no mesmo prato. Ao optar pela primeira, Mendonça escolheu a carta de alforria frente à liderança de João Alves, quando não aceitou acompanhá-lo na aliança com os Amorim. E, para muitos, o preço foi a derrota nas urnas. Não sei se Mendonça pensa desta forma. Tampouco se pensa, se admite que, ao lado de João, Maria, e porque não Eduardo, seria diplomado amanhã – com ou sem a presença do deputado André Moura como uma das estrelas da solenidade.

P.S. Se perguntar ao ex-governador Albano Franco, a resposta será: ” a Deus pertence”. 

Modificado em 18/12/2014 09:10

joedson: