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E Jackson Barreto é frouxo? Frouxo? Frouxo?

Eduardo: desafiado

Por Joedson Telles

Ainda recorro a um monólogo sobre a ira do governador Jackson Barreto frente às cutucadas do senador Eduardo Amorim que externou na TV Sergipe ter dúvida se alguém no Presídio de Segurança Máxima tem tantos processos quanto ele, o governador. Nas suas contas, mais de 330 processos – e mais de 30 crimes diferentes. Eduardo ainda define Jackson Barreto como frouxo. Pense no ar? Nem pneu traseiro de trator.

Pior que as declarações de Eduardo foram respostas às provocações do próprio Jackson na mesma TV Sergipe. Mas quem disse que isso serve de suco de maracujá? Na escola, quem mais tira sarro com os colegas é quem menos aguenta brincadeiras. Ou não?

Curioso é que o verbete frouxo irritou mais o governador (ou pelo menos ele quis passar isso) que o Maracanã de processos citados pelo senador, entre outras duras palavras. Aborrecido, Jackson se referiu ao senador como moleque, covarde, vagabundo, preguiçoso e o desafiou a chamá-lo de frouxo em sua frente.

Aí a coisa pegou. Confesso que já imaginei inúmeras cenas para o desafio descabido, mas não consigo ter segurança em nenhuma delas. A mais próxima chega ao que as ruas conhece como “sair na porrada”. O que o governador Jackson Barreto faria, se o senador Eduardo Amorim lhe dissesse com todas as letras, testa a testa, olho no olho “você é frouxo mesmo”? Imaginemos… Partiria para cima e daria um soco no rosto, devolvendo a palavra, dizendo que frouxo é ele, a mãe…?

Jackson assumiria, assim, um papel digno de uma pessoa desclassificada, sem zelo pela própria imagem? Mostrar-se-ia pequeno para o cargo de governador a este ponto? Estaria disposto mesmo a bater ou apanhar na cara? Numa postura semelhante, bateria boca e trocaria mais ofensas? Apelaria para palavras de baixo calão? O que faria? Qual o sentido de fazer tal desafio? É digno de um governador de Estado? Por sua vez, Eduardo assistiria a tudo inerte ou se igualaria, devolvendo socos e verbos agressivos? Ficaria bem para um senador?

Será que ao fazer o desafio o governador pensou no local? Nos holofotes? Na dúvida, pensemos por ele. O Senado Federal? Um dos Palácios do Governo de Sergipe? A praça Fausto Cardoso em cima de um palanque cercado de aliados? A Arena Batistão mais lotada que tarde de Confiança x Sergipe decidindo o campeonato?

Tudo seria mostrado pelas TVs, ao vivo, a quem não se desse ao luxo de ir presenciar a pérola in loco? Ao vivo também seria transmitido o combate pelas emissoras de rádio? Repercutido nos sites, blogs e jornais? Uma festa sem precedentes nas redes sociais? A página triste para a história política de Sergipe ganharia o Brasil? O Mundo?

Ao desafiar o homem, e não o senador Eduardo Amorim, observe-se, Jackson Barreto estaria espelhando uma valentia digna dos artistas das mãos pesadas do UFC, teria condições físicas para o embate ou agiria confiando no cargo de governador e, por tabela, na sua segurança pessoal? O que quer Jackson Barreto com este desafio tolo?

Percebam, internautas, como Sergipe foi à lona. Estamos imaginado o governador do Estado saindo na mão com um senador da República para provar que não lhe cabe o adjetivo frouxo. E o fazemos motivados pelo próprio governador, quando desafiou o senador repetir a provocação frente a frente.

Mesmo correndo o risco de levar o primeiro soco, atravesso entre os dois e tento acalmar os ânimos em nome de Sergipe e do respeito às pessoas. Sem pensar duas vezes: não é preciso colocar em prática o tal desafio. O senador Eduardo Amorim errou, ao chamar o governador Jackson Barreto de frouxo, e não deve ratificar o equívoco. O dicionário prova: Jackson Barreto não é frouxo. Pode ser o pior governador da história de Sergipe, mas frouxo, não.

Bolas! Frouxo é sinônimo de covarde. Antônimo de corajoso. E é preciso muita coragem para afrontar a inteligência de um estado inteiro, fazendo a campanha que Jackson fez, prometendo o que ele prometeu, vencer a eleição em cima disso, o estado está de cabeça para baixo e ele se dando ao luxo de perder tempo batendo boca e desafiando adversários. Frouxo? Como?

Quer saber se ele é frouxo, indague os policiais, os professores, os servidores que percebem vencimentos parcelados? Veja se o governador tem medo de ninguém? Indague o Sintese sobre a animosidade por conta da defesa dos professores? Pergunte se o governador recua ou parte para cima? Frouxo? Pegue o seu secretariado, que precisa de uma reforma, como disse o deputado Robson Viana. Mesmo com o governo mal das pernas, o governador mexe na equipe? Nada. Tem a coragem de bancar seu time. Como frouxo?

Falta coragem a um governador que fica contra um presidente da República do mesmo partido para defender o PT, mesmo sabendo que isso prejudica Sergipe? Que atrasa o repasse do duodécimo aos demais poderes? Existe prova de coragem maior do que fazer com a própria história o que Jackson está fazendo com esta gestão inesquecível? Frouxo? Frouxo? Não mesmo. Coragem do canso. Procure outro adjetivo, senador.

Modificado em 04/11/2016 07:46

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