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Diante de um Jackson sem forças, Robson desembarca no palanque de Valadares Filho falando em 30 mil votos de frente

Por Joedson Telles

Se já não o fez, o deputado estadual Robson Viana anunciará pessoalmente e olhando nos olhos do governador Jackson Barreto, ainda nesta quarta-feira, dia 5, que estará de corpo e alma no projeto Valadares Filho prefeito de Aracaju.

Assim como outros políticos que estiveram no palanque do então candidato João Alves Filho, no primeiro turno, e já aderiram à campanha de Valadares Filho, agora no segundo, Robson escutará por educação possíveis apelos do governador para apoiar o candidato Edvaldo Nogueira, mas sua decisão já está tomada.

Robson Viana explica que está seguindo a vontade das ruas. Segundo ele, cresce no eleitorado de Aracaju a consciência da necessidade de renovação e isso pesou bastante em sua decisão pro Valadares Filho. “Do jeito que está, Valadares Filho vai ganhar com mais de 30 mil votos de frente”, acredita o deputado.

Evidente que um deputado estadual, ao escolher um entre dois projetos únicos para a administração da capital, apenas está a exercer a democracia natural de participação no pleito. O próprio Edvaldo Nogueira entende isso, por certo, e jamais jogará a toalha. Não perde tempo e busca outras adesões.

O que chama a atenção, todavia, é que está-se falando do deputado Robson Viana e do governador Jackson Barreto. Carne e unha. Não é uma relação qualquer. Jackson e Robson – ou Robson e Jackson, se assim preferir assim o internauta – são amigos há vários anos.

Fico a perguntar aos botões: se, mesmo com estes anos todos de amizade com Robson e ainda ocupando o cargo de governador do Estado, Jackson Barreto não consegue persuadir Robson Viana e colocá-lo no palanque de Edvaldo Nogueira, conseguirá o apoio de quem, exceto de gente que ocupa cargos em seu governo, mas não tem votos sequer para lotar um fusca? Aliás, a esta altura fica complicado assegurar que o político Jackson Barreto tem liderança até mesmo dentro do governo Jackson Barreto…

Não gratuito, a propósito, mal terminou o primeiro turno das eleições, no último domingo, dia 2, o deputado federal André Moura tratou de ventilar que Jackson Barreto é o grande derrotado. Levou em conta não apenas o crescimento de Valadares Filho, mas também as eleições de adversários do governador para serem prefeitos de municípios estratégicos para o êxito de uma candidatura majoritária em 2018.

Já disse neste espaço e ratifico agora: Jackson Barreto não tem nem de longe a liderança do saudoso Marcelo Déda. Déda vivo, o bloco estaria unido, hoje, em uma única candidatura. Lá atrás, a coisa teria sido amarrada de forma a manter a coesão em torno da aliança vitoriosa nos últimos anos, isolando a candidatura de João Alves. A julgar pelos números de domingo, sequer haveria segundo turno.

Sem habilidade para liderar, Jackson não conseguiu evitar a divisão do grupo. Espelhou desespero, ao dizer, tomado de cólera, que Valadares Filho estava deixando o governo e partindo para o projeto que pode lhe colocar na Prefeitura de Aracaju por pensar com a cabeça do pai. O mesmo Jackson ficou em cima do muro quando Edvaldo anunciou uma pré-candidatura e o PMDB, mesmo sem densidade eleitoral, resolveu se atirar do precipício.

Jackson foi obrigado a descer do muro correndo e aderir ao projeto do PC do B quando este se juntou ao PT à sua revelia e o tempo tratou de colocar a pré-candidatura do PMDB no seu devido lugar. A esta altura, Jackson não pôde (e nem pode) estar na linha de frente da campanha de Edvaldo porque seu governo não faz o dever de casa – e isso tira voto de aliado.

Edvaldo, evidente, não quer que sua campanha tenha a cara da insegurança que vive a população. Tampouco o sofrimento espelhado pelo servidor público. Opta, então, por receber um apoio discreto. O tempo de TV do PMDB e os votos que restaram daquele fenômeno que elegia até um poste prefeito de Aracaju não podem ser descartados – sobretudo contra um adversário que cresce cada vez mais. Mas para por aí. Nada de a campanha ter a cara do pífio governo Jackson Barreto.

Modificado em 05/10/2016 18:09

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