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Decisão de Valadares Filho aviva a prática abominável de Jackson fazer política

Jackson: subestimando inteligencias

Por Joedson Telles

Óbvio, democrático e, evidente, do jogo político um governador ter preferência por um pré-candidato numa eleição para prefeito da capital do Estado que governa. A notícia estaria no contrário. Aliás, inimaginável desprendimento a este ponto neste terreno chamado política. A coisa muda de figura radicalmente, entretanto, quando em nome deste pré-candidato o governador cede lugar ao cabo eleitoral e parte para dar bico em canela de aliado.

Refiro-me ao fato de Jackson Barreto não respeitar a decisão tomada pelo deputado federal Valadares Filho, na última sexta-feira 6, quando entregou os cargos do PSB, deixou o governador à vontade para escolher o palanque e, obviamente, ratificou sua autonomia como pré-candidato a prefeito de Aracaju. Projeto irreversível, aliás.

Numa atitude infantil, nanica e, sobretudo, desconexa, o governador, que vela tanto o verbete democracia em seus discursos, simplesmente, “deduz” que o senador Valadares, e não o presidente do PSB, Valadares Filho, tomou a decisão de deixar o governo, e solta na imprensa que Valadares Filho pensa pela cabeça do pai.

A ideia do governador, note-se, não é passar à sociedade que o deputado anda em sintonia com o senador por ser um bom filho e por não se permitir ao luxo de desprezar a grande experiência política e de vida do pai. Nada disso. Jackson Barreto tenta tirar a autonomia do político Valadares Filho. Do homem maior de idade, como bem lembrou o deputado Luciano Pimentel, Valadares Filho.

Numa reação típica do velho político Jackson Barreto na era da nova política, ele diz ao Faxaju: “quem vai governar é o pai”. Aí eu pergunto, não sem antes soltar uma gargalhada, ao perceber a intranquilidade: e é governador Jackson Barreto? E porque o senhor não disse isso a Aracaju em 2012, quando pediu voto para o mesmo Valadares Filho? Aracaju acredita no Jackson de hoje ou no de ontem? O que dirá o mesmo Jackson amanhã? Num eventual segundo turno Valadares Filho x João Alves, por exemplo? Coisa chata essa obrigação de a pessoa ter palavra, não?

São momentos como este que a gama mais lúcida da sociedade, do eleitorado percebe quem são as pessoas, de fato. Quando os atores da novela se deixam insurgir sem maquiagem. Traem-se e emergem despidos. Só agora, porque não reza na cartilha, Valadares Filho pensa pela cabeça do pai? Em 2012 pensava pela dele. Kkkkkkkkk…

Evidente que não sou advogado do deputado federal Valadares Filho. Entretanto, como já vimos este filme rodado pelo mesmo Jackson Barreto em outras eleições, com o objetivo de desgastar adversários, como jornalista, sinto-me na obrigação de externar juízos. Inteligente, o internauta tem todo o direito – e o usa certamente – de acreditar em quem quiser. Mas aposto que Jackson Barreto não tem provas do que fala. O faz apostando em persuadir a faixa do eleitorado que tem sérias dificuldades para pensar. Subestima inteligências.

Convido o internauta a usar da empatia, neste momento para tiramos a prova dos nove. Se coloque no lugar de Valadares Filho. Pré-candidato a prefeito de Aracaju, ele tem convicção que o governador é cabo eleitoral de outro pré-candidato. Com sinceridade, internauta, é preciso pensar com a cabeça de outra pessoa para abandonar o navio e buscar o melhor caminho para sua própria pré-candidatura?

O internauta no lugar de Valadares Filho mendigaria o apoio do governador, mesmo sabendo que ele já se decidiu por outro nome? Abriria mão da sua própria pré-candidatura por uma alheia, mesmo tendo densidade eleitoral comprovada? Será que é preciso ajuda do senador Valadares ou de outra pessoa qualquer para enxergar tamanha obviedade? Claro que não. Valadares Filho está correto. Atesta inteligência e personalidade. Assim como foi o primeiro do “bloco” a assumir publicamente que era pré-candidato. Como foi o primeiro também a oficializar uma aliança – a que fez com o PSD -, agora decide deixar o governo. Coerência é o nome correto.

O problema de Jackson Barreto, e isso está cristalino, é justamente o contrário. É, mesmo com a caneta de governador, não ter poder de persuasão sobre um político jovem como Valadares Filho, que não abre mão do seu projeto. Aliás, disse neste espaço outro dia que Jackson não lidera nada. Que o grupo outrora liderado pelo saudoso Marcelo Déda está solto. Olha aí o desespero do próprio assinando embaixo…

O bom dessa história, internauta, é que a máscara vai despencando. Quando um político rodado em fim de carreira, dito, aliás, por ele mesmo, tenta sufocar o projeto de renovação política de um aliado (ex-aliado?) jogando baixo, deixa evidente que o projeto não é coletivo. A prioridade passa longe de ser Aracaju. O projeto é de vaidade. O projeto do “mando eu ou quem eu quiser”…

Felizmente, Sergipe nunca esteve tão bem. Berlin perde feio. Já pensou se o Estado estivesse de cabeça para baixo? Estivesse perdendo a guerra para os bandidos, devendo muito, sem caixa, parcelando salários… E o governador se dando ao luxo de dividir o foco com a política?

Modificado em 08/05/2016 07:42

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