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De cogitar rasgar R$ 145 milhões às agressões aos jornalistas. Nota 0,0

Por Joedson Telles

Recorro aos botões e não temos a menor dúvida: beira a desfaçatez no momento em que fala em reduzir à metade o auxílio emergencial, o governo Jair Bolsonaro cogitar a compra de um microssatélite no valor de R$ 145 milhões para fazer o monitoramento da devastação da Floresta Amazônica.

Bolas! O trabalho já é feito pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), um órgão de credibilidade vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.  O que explicaria pagar tão caro por algo que já existe?

Evidente que o governo dará lá desculpas nada convincentes, mas isso não evitará o resumo da ópera: mais dinheiro público será rasgado se a ideia sair do papel.

O Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da União, entre outros que têm o papel de fiscalizar os gastos públicos, precisam agir. A imprensa e a oposição precisam entrar em campo com vontade. É preciso pautar as redes sociais. Informar a sociedade. É dinheiro público.

Se o discurso governista – seja para manter os R$ 600,00 do auxílio ou dar aumento ao servidor público, por exemplo – é no sentido de a grana estar curta, nesta época de tantos recursos destinados à guerra contra a pandemia, o governo precisa não apenas ter responsabilidade na hora de gastar cada centavo como também dar o bom exemplo…

… Bom exemplo, a propósito, não parece ser o ponto forte do presidente Jair Bolsonaro… Que cena ridícula, bisonha, desproporcional à liturgia do cargo, que borrada, pra resumir, Bolsonaro falando o que gato enterra para agredir verbalmente um jornalista, que cumpria ali seu papel: perguntar.

Perguntar a um homem público ocupando o principal cargo público do Brasil sobre dinheiro público. Detalhe: indagação envolvendo pessoas bem próximas deste presidente. Pelo que consta, ninguém da imprensa ali fez quaisquer acusações. Só uma pergunta. Aí, não se dando por satisfeito, em menos de 24 horas, o presidente solta aquela de “bundão da imprensa”.

Sei não… A cada dia fica mais claro que o presidente Jair Bolsonaro nutre uma aversão ao jornalismo. Em certos casos beira o ódio.

Preocupando os mais lúcidos, o sentimento pequeno e nada democrático, por motivos óbvios, do presidente já perpassou aos seus admiradores nas redes sociais, que têm promovido agressões baixas contra jornalistas e veículos de comunicação constantemente.

Vale lembrar que já houve também jornalistas agredidos fisicamente por fãs do presidente, durante eventos com a sua presença. E óbvio: cada vez que Jair Bolsonaro agride um profissional de imprensa de forma verbal – direta ou indiretamente – está estimulando novas agressões físicas por parte dos seus seguidores. Nota zero, presidente. Assim como a ideia de rasgar dinheiro público, isto precisa de um freio.

 

Modificado em 25/08/2020 09:32

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