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Bolsonaro precisa descer do palanque, esquecer o PT e governar

Por Joedson Telles

Princípio trivial para o êxito que a população espera de qualquer governo, o gestor no exercício do mandato correspondendo expectativas positivas e fora do palanque está longe de ter no presidente Jair Bolsonaro um exemplo. Governar não soa ser o seu forte.

Seu governo bate cabeça, toma decisões equivocadas (sem pensar?) e recua depois. Peca no diálogo com o Congresso. Não anda. Prefere focar o desrespeito ao contraditório, “justificando” aos seus eleitores a aptidão para a missão confiada: derrotar o PT e seguir desgastando a imagem de petistas e simpatizantes. Governar? As ações vistas e a ausência de outras respondem.

Agora mesmo, depois das democráticas manifestações de apoio ao governo, sobretudo à enganchada reforma da previdência e o pacote anticrimes de Moro, o Brasil assistiu a um presidente dentro de uma igreja evangélica misturar as coisas, e colocar a política onde não deve, ao definir as manifestações como “um recado aos que teimam com velhas práticas”.

Recado mesmo foi dado ao Brasil: se uma manifestação tem como objetivo apoiar erros e acertos do governo Bolsonaro tem o aval do presidente. Todavia, uma manifestação contra cortes ou contingenciamento de verbas para as universidades tem nos seus protagonistas “uns idiotas úteis, uns imbecis”. Mais arrogância impossível.

A grave situação do Brasil, as demandas, a crise econômica, política, ética e moral, o trem fora dos trilhos tudo isso não permite a um presidente que não esteja focado 100% em governar. Não tem como se dar ao luxo de permanecer no palanque.

Evidente que o então candidato Jair Bolsonaro nunca enganou ninguém. Não se apresentou como um gestor conhecedor dos problemas do Brasil e pronto para oferecer soluções. Sequer topou participar dos debates com os demais candidatos sobre temas imprescindíveis à retomada do rumo. Aliás, não faltou quem o definisse como um despreparado. Portanto, não lhe cabe a alcunha de traidor. Este é o Bolsonaro de ontem. Votou quem quis se arriscar no pecado. Não houve faca em pescoço.

O problema é que, uma vez eleito, qualquer cidadão precisa obrigatoriamente deixar o candidato no armário e governar para todos. É muita responsabilidade. Se o seu eleitorado, em sua maioria, se contenta com o PT fora do poder e armas sendo liberadas, os demais eleitores não pensam assim. Têm outras necessidades, que, de fato, interessam ao coletivo.

O Brasil não pode ser resumido na guerrinha PT x quem é contra o PT. Isso é insanidade. Embrutecimento. Por mais que seja amado por uns e odiados por outros, o PT não pode continuar pautando a política. Muito menos o governo.

Aliás, com o mínimo de discernimento, Bolsonaro e seguidores já teriam percebido que alimentam a cultura nociva e fortalecem o PT a cada resposta. A cada provocação. Se optasse por governar e deixar o PT fazer o seu papel na oposição, velando a democracia, não só o governo como o país ganharia. Podem ter certeza.

Modificado em 29/05/2019 07:08

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