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Belivaldo precisa dar de ombros

Por Joedson Telles

Pronto: bastou o governador Belivaldo Chagas anunciar que começará a reabrir o comércio de forma gradual para a CUT acossar o minuto de fama na carona da pandemia. Analisando o que foi anunciado sobre o Plano de Retomada Econômica de Sergipe, percebe-se, nitidamente, que o governador pisa em ovos e se agarra à responsabilidade. Não caminha no escuro. Mas nada disso é levado em conta. A necessidade de a CUT ter um discurso político vai de encontro à lógica.

Belivaldo, em momento algum, subestima o vírus. Ele não negligencia a saúde alheia. Ratifica o “se puder fique em casa”. O governador condiciona a retomada da economia por fases a pontos importantes como a taxa de ocupação de leitos de UTI, estatísticas de contaminação e óbitos, medidas de distanciamento social…

Some-se a isso os justos apelos que o setor produtivo vem fazendo, há meses, sem encontrar eco no governador devido aos cuidados. Mas a CUT, sob o argumento petulante de não ter discutido o tema, repudia de pronto.

A Central parece não considerar que um plano para reabrir o comércio, neste momento, não é uma mera vontade do governador. Tampouco dos empresários, logistas e trabalhadores lúcidos que sabem que seus empregos estão em xeque. Mais que isso, há uma necessidade. É questão de sobrevivência. Com responsabilidade, estudos e planejamento, a medida precisa ser posta em prática já. Tudo harmonizado com os prefeitos. Com a obediência do comércio aos protocolos.

Se em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, onde a pandemia, indiscutivelmente, fez e faz estragos de maiores proporções, as atividades econômicas vão voltando à normalidade, por que Sergipe se permitiria ao luxo de abrir mão de salvar seu comércio? Ou a CUT tem a receita para tudo continuar fechado e mais autônomos, logistas e empresários não entrarem para as estatísticas da falência?

Outra coisa: será que a CUT tem como absorver todos os desempregados, mediante a quebra dos empregadores, que foram obrigados a fechar seus negócios? Ou pelo menos tem estrutura financeira – e se tem – estaria disposta a custear salários e demais obrigações do comércio, assegurando empregos? Aposto que nem uma coisa nem outra.

O fato é que usar da retórica sem a necessidade de apresentar soluções viáveis, concretas, inteligentes é algo facílimo. Qualquer um usa as redes sociais – ou mesmo setores da imprensa – e ventila meia duzia de verbos que mesmo sem amparo na realidade dos fatos encontrará desavisados prontos para acolher. É o que se conhece como política. Nada novo. Belivaldo precisa dar de ombros.

 

 

 

Modificado em 16/06/2020 15:48

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