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Augusto, Paulinho e a justiça que jamais será feita

Paulinho e Augusto: eleitos e afastados

Por Joedson Telles

Seja qual for o desfecho da Ação Penal sobre o suposto desvio de verbas de subvenções da Assembleia Legislativa de Sergipe, a justiça jamais será feita nos casos dos deputados afastados Augusto Bezerra e Paulinho Filho. Jamais. Tornou-se impossível.

Ninguém ou poucos, pra ser justo, teimam em falar no assunto. O embrutecimento parece atrelado à sucessão de fatos políticos, inclusive os nacionais pelas mãos frias da Lava Jato, e, assim, Augusto e Paulinho vão ficando no esquecimento. O escandaloso soa trivial.

Trago à lembrança do internauta menos atento: no dia 15 de dezembro de 2015, uma terça-feira, o desembargador Roberto Porto, em medida cautelar deferida, afastou os deputados das suas funções. Sequer podem ter acesso à Assembleia Legislativa, desde então. Menos de 24 horas depois, o Pleno do Tribunal de Justiça de Sergipe ratificou a decisão.

A Justiça ainda bloqueava ali contas em instituições financeiras, tornava bens imóveis indisponíveis, proibia o uso de veículos registrados em seus nomes e decretava a quebra do sigilo fiscal, como é praxe.

Todavia, Augusto e Paulinho, mesmo afastados, continuam recebendo subsídios, vencimento, salários… A palavra que o internauta quiser usar para se referir ao dinheiro do contribuinte que serve para sustentar o Poder Legislativo.

Dito isso, voltemos à ideia inicial do texto: a justiça jamais será feita.

Vamos supor que tanto Augusto quanto Paulinho, de fato, fizeram uso do fruto proibido, colocando em xeque o paraíso ocupado pelos políticos e desconhecido pelos simples mortais. Na hipótese de os deputados afastados terem mesmo cometido o crime de desviar as tais verbas de subvenções da Assembleia Legislativa e aí? Devolverão a grana alheia com juros e outros jargões da economia?

Farão Augusto e Paulinho por força do Poder Judiciário o mesmo com os quase 20 meses de subsídios, vencimentos, salários… A palavra que o internauta quiser usar para se referir ao dinheiro do contribuinte que sustenta o Poder Legislativo? Devolverão os gordos salários? Sofrerão outras penalidades? Alguém põe a mão no fogo?

Viremos a moeda. E se tanto Augusto quanto Paulinho estão falando a verdade? Se eles são, de fato, inocentes? Quem tem como restituir o tempo em que ambos, mesmo legitimados nas urnas, estão afastados dos seus mandatos?

E o estrago nas imagens, sobretudo em se tratando de políticos, que como tais vivem do voto do eleitor, quem fará o reparo? Será possível mesmo consertar isso? E o constrangimento? A vergonha? As noites de insônia? As doenças? O dinheiro gasto com honorários dos advogados? A dignidade? O futuro político?

A justiça jamais será feita. Culpar o Poder Judiciário? O Ministério Público? Pura ignorância. Estão nos seus papeis. Aliás quem decide aplica leis criadas pelos próprios políticos, que, às vezes, estão a cavar a própria cova sem sentir. Subestimam o destino, digamos assim.

Modificado em 09/05/2017 21:30

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