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Ao rejeitar a vacina, Bolsonaro consegue se superar

Por Joedson Telles

Ao afirmar que não será vacinado contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro consegue se superar, em se tratando de um exemplo a não ser seguido. Mesmo vindo de um chefe do Poder Executivo que já entrou para a historia por gestos negativos, Bolsonaro surpreende quando, com sua decisão anunciada, incentiva a população a rejeitar aderir à esperança mais plausível de evitarmos mais mortes. São nada menos que  182.854 óbitos até o momento desta postagem. Quase mil nas últimas 24 horas.

O problema é tão grave, note-se, que o presidente Jair Bolsonaro estaria errado – e agindo também de forma irresponsável – mesmo que não anunciasse a sua decisão de não ser vacinado. Ainda que rejeitasse em silêncio. Não estamos falando em direito individual, mas coletivo.

Para que êxito seja o  vocábulo, todos precisam ser vacinados. Todos. Quando qualquer pessoa se expõe ao risco de ser contaminada também está assumindo o risco de contaminar outras pessoas. Bolsonaro, portanto, precisa dar o bom exemplo.

Num país onde o que não falta é gente inconsequente, ignorante, irresponsável – pessoas que estão levando a vida “andando” sem respeitar, minimamente, as regras sanitárias – um presidente com o histórico de Bolsonaro soltar que não será vacinado é algo que veste como uma luva para que o péssimo exemplo seja seguido. Para que uma parcela considerável da população continue a subestimar o vírus mortal.

O presidente esqueceu que a maioria da população depende da rede pública de saúde, que, lamentavelmente, não tem como atender a todos diante de um pico? Pois é. A situação é bem diferente do caso dele, que, Deus o livre, se precisar da medicina tem a melhor estrutura à disposição.

Passa da hora de o presidente assumir outra postura. Ao longo desta pandemia, Bolsonaro se notabilizou por desfilar sem máscara, abraçar pessoas e gerar aglomerações. Desobedeceu ministros da Saúde, e se deu ao luxo de abrir mão de um técnico especialista comandando a pasta. Bateu de frente contra o juízo de especialistas. Foi na contra-mão de outros chefes de Nação. Não conseguiu harmonia com governadores e prefeitos. Questionou “e daí?” diante das mortes. Referiu-se à Covid-19 como “gripezinha” e politizou a vacina que, agora, está a rejeitar. Basta. O bom senso cansou.

 

Modificado em 16/12/2020 10:39

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