body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Ao protestar contra JB, petistas jogam a favor de André Moura

Por Joedson Telles

Vejo numa rede social um vídeo no qual meia dúzia de petistas grita “fora Jackson”, tentando expulsar o candidato ao Senado na mesma chapa que reúne dois petistas do evento promovido pela coligação para recepcionar o candidato a vice-presidente pelo PT, Fernando Haddad, que, ironicamente, apóia JB com a força de ser o nome do partido para presidente, caso Lula não consiga driblar conhecidos obstáculos batizados de golpe pelos “companheiros”.

A democracia tem algo a ver com a paixão todas as vezes que expõe. É bela, imprescindível e precisa ser velada, evidente. Todavia, assim como a paixão, quando a poeira da emoção baixa, atores percebem a pisada na bola. Às vezes de forma grotesca…

A meia dúzia de petista talvez já esteja percebendo que não atacou Jackson. Mas o grupo todo. Aliás, quem conhece Jackson, minimamente, sabe que ele vai ficar sem se alimentar, sem dormir e se privará de outras necessidades afins por um longo período, preocupado com o mini protesto.

Contrariando petistas que gritaram o “fora Jackson”, o candidato do MDB conta com o apoio da maioria dos líderes petistas. Dos que decidem, de fato, e dos seus seguidores.

Sem falar que, como se não bastasse o apoio da maioria em Sergipe, nacionalmente, o próprio Haddad ratificou, nesta quarta-feira 22 de agosto, o apoio do PT a Jackson. E, como todos sabem, a maior estrela petista, Lula, não apenas apóia JB também como foi um dos incentivadores do projeto Senado.

“Lula mandou um recado de que quer apoiar essa chapa, porque ele precisa de gente para dar apoio no Senado. Não adianta só eleger presidente, Jackson é importante. Isso que é importante frisar”, disse Haddad.

Jackson, mesmo sendo do então PMDB do presidente Michel Temer, optou pelo palanque do PT no episódio do impeachment da ex-presidente petista Dilma Rousseff. E em política os gestos valem muito para determinadas pessoas. Lula é uma delas.

Com todo respeito à minoria, e se não fosse à base da divergência interna, não seria PT, o debate sobre se o PT manteria a aliança com Jackson ou não, observem, deveria ter exaurido lá atrás. Antes do registro da chapa.

Hoje, petista trabalhar contra Jackson é petista trabalhar a favor do candidato ao Senado André Moura. Bastar olhar as pesquisas – inclusive as internas – ou ter um pouco de bom senso.

Desgastar Jackson favorece todos os adversários, lógico. Mas as pesquisas mostram uma briga pessoal entre JB e André Moura pela segunda posição na corrida pelo Senado. Goste-se ou não é fato. Quem não é carne acaba sendo peixe.

A crítica é do processo e salutar. O ex-governador Jackson Barreto deixou a desejar? Queria de moedas de míseros R$ 1,00 as vezes que este espaço tocou no assunto. A crítica calçada na verdade factual e no respeito sempre esteve presente. Todavia, à véspera de o eleitor ir às urnas, o PT criticando aliado do PT e, por tabela, o próprio PT?

Pô! Será que passou pela cabeça destes petistas que as chances mais reais que o PT tem de voltar a governar Sergipe serão na eleição de 2022 com Eliane Aquino sucedendo Belivaldo, em ele sendo reeleito óbvio? E tem como desgastar JB e não fazer o mesmo com os demais da chapa, por tabela, asfixiando o projeto? Não creio.

Modificado em 23/08/2018 07:39

Universo Político: