body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

André e a dependência de bons advogados e de um marketing profissional

Por Joedson Telles

O deputado federal André Moura enfrentaria sérios problemas, se colocasse a cabeça para fora e anunciasse uma pré-candidatura a governador nas atuais circunstâncias. Seria até arriscar um suicídio político. Por mais desprovidos de inteligência que fossem os adversários, soa óbvio que pelo menos duas coisas seriam exploradas a exaustão com o objetivo de desgastá-lo: sua proximidade com um Michel Temer rejeitado pelo eleitor e com fama de golpista e suas condenações pela caneta do juiz Rinaldo Salvino do Nascimento.

Lógico e evidente que ainda estamos num país onde “todos são inocentes até que se prove o contrário”. Apesar de condenado, inclusive a perda dos direitos políticos, André Moura tem o direito de recorrer, e, certamente, o fará. Ainda pode ser inocentado. Se será é outra história, mas o fato é que ninguém pode negar-lhe direito à ampla defesa.

O problema, contudo, é que político vive da própria imagem. Ou, melhor colocando, da boa imagem junto ao eleitor, que, por sua vez, porta o único balão de oxigênio a garantir a sobrevivência: o voto. ser inocentado, portanto, não basta a André, neste momento: mas ser inocentado com urgência. 2018 é logo ali.

Não deixar a mínima dúvida na cabeça do eleitor da sua idoneidade é o desafio pra ontem, se, de fato, ele não externe, mas sonhe, sim, com o Palácio do Governo, como disse ao Universo o ex-deputado José Carlos Machado, outro dia.

André, se a eleição fosse hoje, contabilizaria a seu favor os recursos que está ajudando a viabilizar para os municípios sergipanos junto ao Governo Federal sem distinção de cor partidária. Contaria positivamente ser o político mais próximo do presidente Michel Temer, e sabe usar isso muito bem em benefício de Sergipe.

Todavia, em se tratando de uma candidatura, sobretudo majoritária, o mesmo André precisaria pesar isso na balança, tendo do outro lado o peso do que já mencionamos aqui: condenações e uma proximidade com um rejeitado Temer, que, paradoxalmente, ajuda Sergipe, mas prejudica André.

André Moura, além de não poder abrir mão do trabalho de bons advogados, precisa de um marketing profissional. Seu futuro político, sobretudo se for para uma disputa majoritária, insisto, depende muito destes dois aspectos, que ainda precisam estar em harmonia. Se um funcionar, mas o outro não, nada feito.

Não se trata de uma questão de sentir amor ou ódio por André Moura. De torcer ou não pelo seu sucesso eleitoral. Mas de expor a verdade factual e seus possíveis desdobramentos com a independência editorial que obriga o bom jornalismo – e, sobretudo, ajuizar sem subestimar a inteligência do internauta.

Modificado em 20/09/2017 07:03

Universo Político: