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Acreditar que o empresário é tão pueril quanto azarado não é tarefa para qualquer mortal

Alexandro Vieira: sem acreditar na defesa

Por Joedson Telles

Ainda naquele lugar onde o sol jamais nasceu redondo, o empresário José Antônio Torres Neto, o boss da Empresa Torre, terá muita dificuldade para persuadir a polícia e a Justiça que não teve a intenção de entregar o aparelho celular errado. Mais ainda que o aparelho procurado pela polícia não foi escondido numa lixeira, mas caiu acidentalmente lá, coincidentemente, no momento em ele estava sendo preso, num hotel, em Salvador (BA).

As duas histórias podem ser verdadeiras? Podem. Nada é impossível neste mundo. Mas acreditar que o empresário é tão pueril quanto azarado não é tarefa para qualquer mortal. É preciso conhecer muito de investigação e dispor de dados imprescindíveis.

O Zé Neto, então, não teve a intenção de dar um drible ao estilo Messi na polícia? No seu juízo, como não foi especificado qual o aparelho que seria imprescindível às investigações, qualquer um serviria?

E mais: com tantos locais para o celular cair acidentalmente escolheu o destino, ironicamente, uma lixeira e no momento que a casa estava a desabar? E Zé Neto? Por sua vez, se deu ao trabalho de avisar o acidente à polícia, colaborou ou se a polícia não fosse esperta jamais veria a cor do celular que o empresário jura na cruz não ter escondido para dificultar o trabalho da própria policia?

O delegado geral da Polícia Civil, Alessandro Vieira, por exemplo, já antecipou: não acredita na versão da defesa. Segundo ele, Zé Neto tentou, sim, não apenas iludir polícia e Justiça, entregando o aparelho celular errado, mas também escondendo, posteriormente, o aparelho supostamente certo na lixeira. Ou seja: por duas vezes tentou colocar a polícia na roda.

Evidente – e é obrigação do bom jornalismo não deixar cair no esquecimento jamais – qualquer um é inocente até que o contrário seja provado. Zé Neto, assim como qualquer um não pode ser julgado e condenado sem ter direito a ampla defesa. Sem provas irrefutáveis, nada feito.

Todavia, se o que diz o delegado Alessandro Vieira se confirmar na prática, se existem, de fato, as tais provas e Zé Neto tentou escondê-las para obstruir o inquérito, a coisa pegou. Ingênuo, azarado ou os dois, o empresário estará encrencado. Mesmo com toda a sua boa condição financeira para contratar uma qualificada defesa, dificilmente, se dará bem nessa.

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