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A versão que não convence de quem matou o jornalista Igor

Igor: covardemente morto

Por Joedson Telles

Nesta segunda-feira, dia 7, o delegado geral da Polícia Civil, Alessandro Vieira, explicou que o jornalista e empresário Igor de Faro Franco, 31, foi vítima de um latrocínio. Os suspeitos, Vinícius de Souza Macedo, 30, e um adolescente de 16 anos, foram presos, na tarde da última sexta-feira, dia 4, e confessaram o crime. Até quando ficarão na gaiola só Deus sabe. Estamos no Brasil.

Segundo os suspeitos, o covarde disparo foi efetuado, imagine os senhores o cinismo, porque Igor se recusou ou “demorou” a entregar um aparelho celular e um relógio. Como se houvesse uma Lei aprovada no Legislativo e sancionada pelo presidente da República legitimando a vingança, o castigo, a pena, o… Sei lá como eles definem tal absurdo.

O crime, que foi praticado no dia 25 de outubro, à noite, à porta do Bar Salomé, de propriedade da família de Igor, ainda revolta as pessoas de bem de Sergipe – este estado que ganha cada vez mais notoriedade pelo olé dos bandidos no Governo do Estado.

Afaste de mim o cálice de colocar em xeque a investigação da polícia. Até porque Sergipe tem uma das melhores polícias judiciárias do país. Se o trem não anda nos trilhos a peça fora da engrenagem, com certeza, não é a Polícia Judiciária. Pode apostar. Evidente que tem seus pecados como qualquer outro órgão público, mas no conjunto da Segurança Pública oferecida aos sergipanos, a PC sobra.

Todavia, essa elucidação tem algo que não fecha. Quem esquece a imagem dos dois elementos parando a moto e, com arma em punho, rapidamente, abordando um Igor indefeso? Em menor número e desarmado? Quem deixou de observar que Igor, de pronto, levantou os braços e colocou as duas mãos na cabeça literalmente se rendendo à situação total de desvantagem?

Com todo o respeito que o internauta merece, apelo para a inteligência afrontada: as imagens podem não dizer tudo, é verdade, mas pelo que se assistiu nas redes sociais e nos telejornais será que Igor, de fato, se recusou a entregar o aparelho celular? O relógio? A inesquecível cena dele com os braços erguidos está mais para quem implora pela vida – num misto de inteligência e covardia frente ao cano 32 engatilhado e apontado em sua direção – ou para quem está se recusando a entregar um aparelho celular e um relógio? Afrontando a criminalidade que humilha Sergipe?

Fico com o senso comum: quem mata, mata por qualquer motivo. Inclusive pela vontade sádica de matar. Não há razão para se tirar uma vida. Esta historinha de Igor ter se recusado a entregar celular e relógio está mal contada. Ninguém tira isso da minha cabeça. A hipótese matou por prazer ou por outro motivo não pode ser descartada.

Uma pessoa que é capaz de matar outra não merece confiança alguma. Como acreditar? É fácil dizer qualquer coisa e o caso estar elucidado, não é mesmo? Infelizmente, tem-se apenas uma versão do fato. Igor não pode se defender. Foi assassinado.

A ação covarde, note-se, não estacionou no fato de se matar um inocente já rendido. A covardia continua com esta história que contaram a polícia e que não convence quando afrontada pelas imagens. Uma covardia contra o silêncio de quem jamais poderá dar sua versão.

Modificado em 07/11/2016 19:47

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