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A oposição não pode dar razão a Umberto Eco. Precisa cumprir a missão

Por Joedson Telles

Não sei se impetro o radicalismo do filósofo italiano Umberto Eco, mas afirmar que há postagens nas redes sociais que surpreendem até os mais calejados lixeiros soa lugar comum. Em Aracaju, a oposição ao prefeito Edvaldo Nogueira, em certos casos, permuta o imprescindível papel de fiscalizar o município na busca do melhor em prol do coletivo num atestado de inaptidão para executar a nobre missão.

Ingênuos – ou apostadores na arte de ludibriar desavisados -, atores externam juízos de mal gosto em grupos de whatsapp, no instagram, no face… Refiro-me, por exemplo, a criticar o prefeito pelo fato de ter conseguido, junto ao Governo Federal, o tal empréstimo de R$ R$ 116.767.847,00 para edificar casas populares, no bairro 17 de março. 1.102 unidades estão previstas.

Como se trata de dar casa a pobre – usemos uma linguagem coloquial -, os críticos agem como gato faminto diante de um prato de leite muito quente: lambem pelas beiradas. Não podem, óbvio, bater no prefeito por resolver parte dos problemas de habitação de Aracaju. Sabem que o peso social é proporcional ao eleitoral, e quem vai morar nas casas tem título de eleitor. Assim, evitam ser diretos, mas sem o descuido de deixar a peteca chegar ao solo: Edvaldo é criticado por se aproximar do presidente Jair Bolsonaro. É a chamada oposição pela oposição. É não perder a piada. Típico das almas pequenas.

Edvaldo é prefeito e deve ter oposição por inúmeros motivos. Um político jamais deve estar imune às criticas. Isso não se discute. Porém, todos estes motivos precisam estar atrelados às demandas sociais. Ninguém é prefeito de si mesmo. Aracaju, quer dizer, a maioria do eleitorado de Aracaju delegou a Edvaldo a função de gerir a cidade. Resolver pepinos. E, evidentemente, isso só foi feito porque se acreditou que, entre os que se apresentaram para a missão, ele era o mais preparado.

E se os opositores de Edvaldo respiram política e, logo, têm este discernimento, sabem que ele não representa apenas a si mesmo, mas os interesses de Aracaju. Qual a lógica, então, exceto desgastá-lo, visando à eleição 2020, para reprovar, não uma aliança política porque não existe, mas a convivência respeitável entre prefeito e presidente, sobretudo quando esta relação é benéfica para Aracaju?

Se a ideia é Edvaldo, por ser filiado a um partido de esquerda, abrir mão de qualquer ajuda vinda de um governo de direita, mesmo que isso penalize a população, é uma ideia doentia. Nociva. A oposição precisa abrir o jogo. Ter a honestidade de não sonegar nenhuma informação para que a sociedade faça o julgamento.

Mas, obviamente, a lógica não é essa. Estão andando para coerência política. Ideologia… Pode apostar internauta: se Edvaldo recusasse o empréstimo em nome do palanque ainda armado, os mesmos críticos estariam, até com mais força – e total razão, registre-se – criticando-o por não priorizar resolver os problemas de habitação de Aracaju. Eis a política…

Aracaju precisa de preparo, maturidade e honestidade como aliados das necessidades, sobretudo dos mais pobres. Daqueles que mais necessitam dos serviços públicos. Fiscalizar se há médicos, medicamentos e atendimento humano nas unidades de saúde. Saber se as escolas estão funcionando na busca pela excelência. Acompanhar como o dinheiro do IPTU está sendo investido. Se preocupar com a manutenção de ruas, avenidas e praças, com a limpeza da cidade e com o servidor recebendo em dia…

São vários os exemplos de tarefas obrigatórias a qualquer oposição que se dá ao respeito e existe, de fato, para prestar serviço ao coletivo. Mas patrulhar comportamento político de gestor e ajuizar em rede social, certamente, não é uma delas. Contribui apenas para dar razão de sobras a Umberto Eco.

Modificado em 09/08/2019 10:11

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