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A morte de Dutra servirá para o que, de fato, importa?

Dutra: levou as boas ações. E só

Por Joedson Telles

É fácil sabermos se a morte do ex-senador José Eduardo Dutra, vítima de um câncer, aos 58 anos de idade, despertou, de fato, sentimentos puros que a retórica anda a espelhar. É questão de tempo sabermos se servirá para o que, de fato, importa nesta vida…

Político de expressão nacional, graças ao seu bom desempenho enquanto senador por Sergipe – e também à sua passagem pela presidência da Petrobrás –, Dutra, ao nos deixar, provocou frases bonitas e arrumadas para todos os gostos neste mundo frio conhecido como política.

Assim como aconteceu, por exemplo, com saudoso Marcelo Déda, a notícia da sua morte colocou no mesmo palanque adversários históricos em busca da eleição, em primeiro turno, da demonstração do amor ao próximo ensinado por Jesus Cristos. Da empatia com a dor alheia na hora mais difícil da vida. Unificou rivais no momento da maior angustia entre as angustias.

Dutra experimentou a maior das rupturas e saberemos logo, logo se a perda, que não é só dos amigos e familiares, mas da própria política, acordará mesmo quem ficou neste mundo para uma realidade, paradoxalmente, dolorosa e imprescindível para o crescimento espiritual de todos nós.

Neste mundo ímpar da política, onde os interesses pessoais só não são maiores que a desfaçatez insofismável de negar veementemente esta verdade, usando o discurso de agir sempre colocando o coletivo em primeiro lugar, é humanamente impossível manter essa cultura nociva aos planos de Deus e provar, na prática, que a morte de Dutra, a de Déda ou a de qualquer pessoa derrubou a ficha: quando o tempo termina, não se leva um grão de mostrada, imagine o que um mandato ou outro cargo qualquer proporciona adquirir. Como cantou Renato Russo, “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã…”

Ninguém é dono de nada. Absolutamente de nada. Carrões, mansões, coberturas, casas de praia, aplicações, viagens, mulheres, churrascos… Tudo que o dinheiro é capaz de atrair fica para trás prontinho para iludir outras pessoas, quando a morte bate à porta sedenta. E todos sem exceção têm o seu dia.

Aliás, como em tudo na vida, a Bíblia acerta em cheio, ao lembrar a todos nós que prata e ouro pertencem a Deus. Somos, na verdade, mordomos dos bens do Criador. E quando Ele resolve desligar a tomada, não tem macho que religue. Já era. Fica tudo aqui mesmo  – exceto boas ações que comprovem amor ao próximo.

P.S. Em tempo, não listo o perfil de  Dutra, Déda ou qualquer pessoa neste texto. Mas uso as mortes de pessoas públicas para acordar quem veste a carapuça.

Modificado em 05/10/2015 19:58

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