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A “bolsonarização” tucana, a falta do líder e o juízo de Amorim

Por Joedson Telles

O bom senso tende a concordar de pronto com o ex-senador Eduardo Amorim, quando este afirma que o PSDB volta a dar o bom exemplo, ao espelhar “não ter dono”. O juízo ganha cores mais vivas ainda quando se leva em conta o contexto de uma eleição para presidente da República que bate à porta e, para a maioria, já nasce polarizada entre um pré-candidato que loca uma legenda, às vésperas do pleito, e outro que sempre foi maior que o partido.

Não se discute, portanto, que, ao menos na teoria, o PSDB, de fato, age como quem quer fazer a coisa da forma mais democrática e correta possível, tentando se consolidar como a terceira via.

No entanto, na prática, e este problema do caro aplicativo à custa do fundo partidário ajudou a expor, o partido segue rachado e, ao que tudo indica, tem tucano torcendo pela não decolagem de uma candidatura própria.

A deixa repousa no que disse, na última terça-feira, dia 23, Arthur Virgílio, um dos três pré-candidatos a presidente pelo partido, que defendeu o que definiu como “desbolsonarização”.

Em outras palavras, haveria tucanos optando pela pré-candidatura do presidente Jair Bolsonaro. De alguma forma, a reeleição seria benéfica para esta turma, ainda que não fosse, necessariamente, o melhor projeto para o país – e jamais para o PSDB?

Neste script, alguns analistas apostam que os tucanos bolsonaristas tenderiam a, nas prévias, votar no pré-candidato e governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que tem o apoio do senador Aécio Neves. Arthur Virgílio e o outro pré-candidato, o governador de São Paulo, João Doria, por sua vez, estariam mais fortes junto aos tucanos oposicionistas ao governo.

Se por um lado, como disse Eduardo Amorim, o PSDB serve de bom exemplo, ao promover as prévias e passar à população a ideia que não tem dono, por outro lado, a crise do aplicativo e a declaração de Virgílio ratificam a falta que faz um líder.

Um líder como a legenda já teve, por exemplo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que não precisava de mandato para ter grande influência nas mais importantes decisões do partido. A propósito, creio que sob a liderança de FHC o PSDB sequer chegaria a “bolsonarizar”…

Modificado em 24/11/2021 10:12

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