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Valadares: “Não tem cabimento dizer que eu estou com Amorim. Estou com o PSB Nacional, que tomou a decisão de apoiar Aécio Neves”

Por Joedson Telles

“A sua pergunta é extremamente maldosa, direcionada para prejudicar a mim e ao PSB. Essa pergunta feita por você é estranha porque você sabe do meu direcionamento. Eu estou ao lado de Jackson Barreto e Rogério Carvalho. Ajudei os dois na eleição do primeiro turno, e agora qual é o motivo que tem pra que eu agora rompa com Jackson depois que eu o ajudei a se eleger?”, indagou o senador Antônio Carlos Valadares (PSB), ao ser provocado pelo radialista George Magalhães, na 103 FM, na manhã desta quarta-feira 15. “Isso não tem cabimento dizer que eu estou com Amorim. Eu estou com o PSB nacional que tomou uma decisão de apoiar Aécio Neves. Qual é a dubiedade que existe nisso? De procurar fortalecer a posição nacional do seu partido, de estar ao lado daqueles que permitiram que eu fosse candidato a senador pela sua legenda?”

Ainda dentro de sua resposta, o senador do PSB explicou que teve problemas no 1º turno das eleições sergipanas por conta de algumas pessoas que queriam a legenda com o PSC. “Inclusive tive uma reunião com Valadares Filho e nosso saudoso Eduardo Campo na Atalaia Nova, no nosso escritório, e ele foi taxativo a dizer que a sugestão dele era de não fazermos aliança com Jackson Barreto e Rogério Carvalho. Ventilou-se a possibilidade de eu ser candidato a governador e eu disse que não havia porque eu não consegui uma aliança que pudesse me dar tranquilidade e sustentação para agir no interior, inclusive com chapas proporcionais. Eu me contrapus a uma sugestão para não apoiar Amorim e apoiar Jackson , porque se fosse uma decisão partidária, do PSB nacional de não apoiar Jackson e Rogério, eu teria atendido, ou então sairia do partido”, explicou.

Segundo Valadares, depois de 20 anos romper com o grupo de um dia para o outro sem nenhuma justificativa, seria algo difícil até de explicar à sociedade. E isso foi dito a Eduardo Campos. “Faremos uma chapa de deputado federal, estadual, e ele disse que respeitava a nossa decisão, que não podia impor. Não havia nenhuma proibição no estatuto do PSB de uma aliança com PT ou PMDB, mas se reservava ao direito de não vir a Sergipe. Morreu num desastre trágico que abalou todos nós e não veio a Sergipe. Substituiu Eduardo Campos, Marina Silva. No primeiro turno fizemos uma acordo com Jackson Barreto e Rogério Carvalho dizendo que o PSB vai apoiar Eduardo Campos, e eles concordaram que nós apoiássemos. Consequentemente com a morte de Eduardo, continuamos apoiando Marina. Fomos convocados para uma reunião em Brasília com o PSB Nacional. Na reunião da executiva todos tiveram direito a falar. Na hora que eu fui falar sugeri que houvesse uma liberação completa para apoiar o candidato de sua preferência”, disse.

Segundo Valadares, em nenhum momento, falou no nome da presidente Dilma Rousseff (PT) ou do senador Aécio Neves (PSDB). Apenas sugeriu que os diretórios fossem liberados, mas, quando a proposta foi colocada, acabou derrotado – 28 x 4. “Se a decisão para apoiar a nossa aliança no primeiro turno fosse do partido, eu acompanharia, mas não foi decisão do partido. Foi uma sugestão que Eduardo Campos achava de montar um palanque sem Jackson ou sem Amorim, mas eu mostrei a ele que coligações semelhantes teriam celebrado. No Rio Grande do Norte, houve uma aliança do PMDB e PSB, no Rio de Janeiro do PT com PSB. Já estávamos numa situação difícil diante da Executiva Nacional. Eu acho que isso não é partidário, não valoriza o partido, e o fato de estarmos apoiando Aécio não significa que estamos no palanque. Onde eu estive no palanque de Amorim? Me aponte o lugar em Sergipe que eu estive no palanque de Amorim . Ele está apoiando Aécio e eu estou apoiando Aécio. Isso é muito diferente de estarmos juntos”, afirmou.

Valadares observou que durante muito tempo, no Congresso Nacional, PMDB, PSB e PSC apoiaram a presidente Dilma, mas ninguém o criticou porque era Dilma. “Fizemos uma reunião democrática em Sergipe, encaminhei esse assunto da forma mais tranquila possível. O candidato do PSB no Brasil é Aécio, mas aquelas pessoas que não querem votar nele estão liberadas. Que posição é mais democrática do que essa?”, indagou.

De acordo com Valadares, a sua posição é extremamente correta, porque o apoio a Aécio é feito de base sólidas através de uma aliança programática aprovada pelo partido, por uma carta lida na reunião do PSB, na última terça-feira 14, colocando no programa do governo de Aécio como prioridade a reforma política, promoção efetiva, reordenamento do pacto federativo para que os Estados tenham mais recursos, e que a União abra mão do montante que ela arrecada, assegurar os programas sociais, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, e assegurar os direitos trabalhistas.

“A saúde com 10% do PIB em favor da saúde. Já aprovamos no Congresso Nacional 75% do fundo do Pré-Sal para a educação e 25% para a saúde. O jovem, o chefe de família, homens e mulheres de todo Brasil apoiando todos os projetos para acabar com a violência disseminada em todos os municípios do nosso país. O passe livre para os estudantes, também uma ideia de Eduardo Campos, apoiada por Marina e agora por Aécio Neves. A mobilidade urbana, a habitação, o transporte público. São esses 10 pontos que foram acertados com o presidenciável Aécio Neves. A nossa aliança é com essa carta do PSB, não é com Eduardo Amorim”, explicou.

Valadares disse ainda não ser inimigo do senador Eduardo Amorim. Explicou que é meu colega de parlamento, mas que politicamente não tem nada a ver com o PSB. “Eu não sou inimigo de ninguém. Dizer que eu estou no palanque com Amorim é mentira. Eu não aceito esse tipo de acusação porque eu acho que é uma covardia. Todo mundo me conhece, sabe quem eu sou, mostrei sacrifícios no primeiro turno em ficar isolado porque apoiei Jackson e Rogério, porque fiz um vice-governador. Nosso candidato a presidente passava de avião por cima de Sergipe e não descia porque eu estava apoiando essa aliança e continuo apoiando. Agora vem com essas acusações covardes. Essa acusação de infidelidade e deslealdade eu não aceito porque sempre fui um homem correto com meus aliados. Eu estou apoiando Jackson Barreto, só se ele não quiser o meu apoio. Mas Dilma não vamos apoiar. Não sou obrigado só porque Jackson se elegeu governador atender ao seu apelo, mesmo que seja de forma legítima”, disse.

Por fim, Valadares explicou que quando um político age de forma aberta tem o respeito do povo. E salientou não estar se escondendo. “Estou dizendo ao povo de Sergipe que continuo com Jackson Barreto, mas na eleição presidencial ele apoia Dilma e eu apoio Aécio. Foi assim no primeiro turno. Ele apoiou Dilma e eu apoiei Maria. Me jogar contra meus amigos, meus companheiros, só porque eu estou obedecendo uma decisão nacional por maioria esmagadora, isso é querer me jogar contra a opinião pública. É querer dizer ou está comigo ou contra mim. Isso não existe em política, só nas ditaduras. O muro de Berlim já foi derrubado a muitos anos. Os partidos políticos são enfraquecidos por essas coisas. Eu acho que eu estou agindo corretamente. Não venham me acusar de deslealdade porque eu sou um homem correto e fiel aos meus princípios. Esta palavra não está em jogo nesse momento. Não disse nem ao meu amigo Jackson, nem Belivaldo, nem a ninguém que no segundo turno estaria com Dilma. Eu jamais falarei mal de Dilma, mas tenho direito de pedir ao povo de Sergipe o que Eduardo campos pregou. Mudança”, finalizou.

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