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Surge, enfim, uma oposição de verdade ao PT

Por Paulo Márcio

Por mais duro que seja reconhecer, o Brasil empreendedor e produtivo perdeu para o Brasil arcaico e agrilhoado pelo assistencialismo vulgar e criminoso que converte homens e mulheres em escravos, na medida em que troca a liberdade e o futuro das pessoas pelo atendimento das suas necessidades mais imediatas.

Muito embora os votos que garantiram a vitória apertada de Dilma Rousseff não tenham vindo exclusivamente dos eleitores assistidos pelo Bolsa Família, é inegável que foi essa parcela do eleitorado que definiu a reeleição da presidente-candidata. Nesse particular, o PT não tem o que comemorar, a menos que seus filiados e simpatizantes se regozijem em explorar a pobreza e capitalizar politicamente o estado de miserabilidade em que se encontram 50 milhões de brasileiros.

Apesar dos pesares, os 51 milhões de votos conferidos a Aécio Neves dão novo fôlego a uma oposição que jazia frouxa e moribunda, incapaz de arrostar com firmeza e altivez os bandoleiros e doidivanas que tomaram de assalto a República. A esperança renasceu na alma e nos corações de milhões de brasileiros que foram às urnas e disseram não a esse modelo de governo fracassado, corrupto e sustentado na bengala da miséria material de um quarto da população.

Os responsáveis pelo afundamento da Petrobras, pela implantação da neoescravidão e pela difusão do terrorismo eleitoral agora terão que prestar contas não só a um Congresso Nacional fortalecido, mas a um eleitorado que despertou, que se indignou e reagiu a toda sorte de desmandos e crimes perpetrados pelos bolcheviques e revolucionários de botequim.

Mais do que tudo, a oposição precisa ser proativa e corajosa. E a primeira medida nesse sentido será se articular para transformar o Bolsa Família em programa oficial do Estado, como tentou o PSDB, sem sucesso. É fundamental para o restabelecimento do equilíbrio no jogo democrático retirar das garras do PT esses milhões de irmãos necessitados e explorados. Somente assim, por meio da paridade de armas na disputa eleitoral, haverá a necessária e saudável alternância no poder.

Sem o terror exercido sobre os beneficiários do Bolsa Família, só restará ao PT, ante a falta de projetos e completo exaurimento da capacidade administrativa, continuar sangrando os cofres públicos para comprar apoio político, patrocinando bandalheiras nos porões da imprensa a soldo e perpetrando ataques à honra e imagem dos seus adversários. Foi assim com Marina no primeiro turno, que sucumbiu à grossa artilharia dos terroristas. Foi assim com Aécio no segundo, que, apesar de alguns reveses, resistiu bravamente e lutou com altivez e galhardia. Mesmo vendo sua adversária, pessoalmente ou por interpostas pessoas, insinuar que ele era um “bêbado”, “drogado”, “agressor de mulheres”, “playboy”, “filhinho de papai” e até mesmo “nazista”.

Da lama em que o PT costuma chafurdar brotaram e brotarão essas e outras insinuações e acusações, não importa quem seja o adversário. Pouco antes de morrer, Eduardo Campos teve o dissabor de ouvir Lula chamá-lo de novo Collor. Para o PT as coisas funcionam de uma maneira muito simples. Se você é um crápula e se submete ao partido, terá a honra e a reputação lavadas e defendidas bravamente. Mas se você, embora honrado, decide seguir outro caminho, a máquina de destruir biografias entra em ação, distorcendo fatos, espalhando calúnias e fazendo insinuações as mais absurdas.

Dilma Rousseff, depois de fazer a campanha mais sórdida da história da República, fez um discurso convocando a oposição à unidade, à paz, ao entendimento. É óbvio que haverá entendimento e unidade em torno daquilo que for correto, legal, moral e imprescindível ao país. Afinal, oposição raivosa só quem faz é o PT, com maestria. Mas a oposição não capitulará, a oposição não se acovardará, para a sua própria sobrevivência e das instituições democráticas. E Aécio Neves, o novo e grande líder ungido por 51 milhões de votos, que andou citando o apóstolo Paulo em recentes ocasiões, deverá olhar para Dilma e responder ao seu apelo desta feita com as palavras de alguém de maior hierarquia que o apóstolo dos gentios: “Eu não vim trazer a paz, mas a espada”.

 

PAULO MÁRCIO é Delegado de Polícia Civil desde 2001. É colunista do portal Universo Político.com.br desde 2009. Contato:  paulomarcioramos@oi.com.br

Modificado em 29/10/2014 13:49

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