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SSP prende no atacado, mas, paradoxalmente, espelha a velha falta de projeto

Por Joedson Telles

A operação realizada em conjunto pelas Polícias Civil e Militar, no dia de ontem, com direito a show midiático com televisão a exibir imagens de policial metendo o pé em porta de casa vazia, resultou em cerca de 70 prisões e várias apreensões de menores, veículos, armamentos e, lógico, de drogas. Com 210 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão a cumprir, a Secretaria de Segurança Pública mandou seus homens e mulheres às ruas do estado focados, sobretudo, no combate ao tráfico de drogas. A participação da sociedade, através do Disque Denúncia (181), foi decisiva para o êxito do trabalho. Êxito?

Evidente que os policiais sergipanos estão de parabéns. Não se consegue números tão expressivos sem competência e trabalho – duro e arriscado. Todavia, o sucesso não consegue apagar as inúmeras manchetes de sangue em toda a mídia sergipana, espelhando a fraca política de segurança pública oferecida à sociedade. Aliás, não entendi porque só ontem houve as prisões, se a criminalidade está aí há muito.

Não há boa vontade para se deixar de enxergar que, quando a polícia prende 70 pessoas numa única operação, numa única manhã, um grande número  de mandados de prisão estava na fila ou mesmo na gaveta. E outros tantos flagrantes já deveriam ter sido feitos. Em outras palavras: muitas pessoas que infringiram a lei, até ontem, estavam por aí andando tranquilamente. E o pior: reincidindo na delinquência.

Como já externei em outras oportunidade, a SSP não tem um projeto eficiente de segurança pública. A maior prova, paradoxalmente, são as prisões efetuadas. Só ontem? A segurança almejada pelos sergipanos – e por qualquer povo inteligente – está fundada no policiamento ostensivo. No trabalho de prevenção, evitando a ação dos bandidos. E na competência de prender em flagrante, não esperando para prender no atacado. Claro que quando não há mesmo como evitar a criminalidade, o consolo é ver o delinquente pagando pelo que fez. Mas essencial mesmo seria uma polícia temida pelos bandidos. Ação imediata, espelhando ao criminoso quem manda no pedaço.

Modificado em 10/05/2013 05:56