Por Joedson Telles
A que ponto chegou o desrespeito, a fragilidade, a anarquia com o Governo do Estado de Sergipe, quando o assunto é dinheiro: o governo acaba de ser tachado de ladrão, desonesto, golpista… Qualquer sinônimo que a rica língua portuguesa ofereça ao verbete para a comunicação fluir. “Aquele que furta ou rouba. Que de qualquer maneira fraudulenta se apodera do alheio”, lê-se no dicionário Michaelis. Que coisa, não?
A dura adjetivação coube ao polêmico vereador Agamenon Sobral (PHC), quando fez uso da tribuna da Câmara de Aracaju, nesta terça-feira 17, para comentar o anúncio feito pelo governador Jackson Barreto (PMDB) de pagar aos servidores públicos sempre no dia 11 de cada mês, acabando, assim, com o parcelamento.
Olha só a lógica do polêmico vereador: “Se eles (os servidores) recebiam dia 30, e agora vão receber dia 11, o Governo de Sergipe está roubando 10 dias dos funcionários públicos”, disse o vereador Agamenon, cutucando ainda os sindicatos. “Essa é a hora em que os servidores precisam dessas entidades e ninguém aparece”.
É certo que o governo merece duras críticas. É ruim que dói. E olha que o governador disse que “existe um esforço muito grande…” Parece coisa de vocação, então… Mas tachar de ladrão? Na lógica do vereador, somando-se 10 dias de cada servidor público quantos reais mesmo? Onde estaria este dinheirão?
Vale ressaltar que todos são inocentes até que se prove o contrário… É certo que o governo toma dinheiro emprestado até contra a vontade do dono da bufunfa, mas sempre promete pagar centavo por centavo. Não consta provas irrefutáveis de desonestidade na gestão Jackson Barreto. Ao menos desconheço. Agamenon pegou pesado. Presta um excelente serviço à sociedade ou é irresponsável neste momento? Por se tratar da coisa pública, espera-se que o governo tire a dúvida, ao se pronunciar – até porque quem cala consente. O silêncio pode ser a assinatura na obra de arte também. Cúmplice seria pouco.
Antes de mudar de assunto, encerro este com o recadinho que Agamenon mandou, carinhosamente, para é Já é Jackson, antes de descer do palanque, digo, da tribuna: “Quero ver se esse governador covarde vai ter coragem de tirar 10 dias da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas e do Tribunal de Justiça. Cadê o Ministério Público e outros órgãos fiscalizadores que não tomam providência? Tem ou não justiça nesse Estado?”
Governador covarde é? Bom: segundo o www.dicionárioinformal.com.br, covarde é a “pessoa que não assume suas intenções e atitudes, agride quem não se defende ou não pode se defender. Usa sua força ou influência para prejudicar outros injustamente. Quem demonstra espírito de covardia. Age em bando, sabendo que sua atitude não vai ser repreendida. Não diz diretamente o que pensa, faz insinuação maldosa.Pessoa sem força moral, fraca, sem personalidade ou senso de justiça”. Sem comentários. Como diz Albano, “todos se conhecem e o futuro a Deus pertence”. É aguardar.
Modificado em 17/11/2015 18:21