O secretário de Estado da Saúde, José Sobral, esteve na manhã desta terça-feira, 29, no canteiro de obras onde, em breve, funcionará a CLINRAD – Clínica de Radioterapia. Acompanhado pela equipe técnica da SES e da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), o gestor Estadual foi recepcionado pelo médico radioterapeuta William Eduardo e pelo médico cirurgião, Aécio Cavalcante, que mostraram toda a estrutura, os detalhes e os bunkers (locais específicos destinados para abrigar equipamentos de radioterapia).
Segundo o médico William Eduardo, a CLINRAD é constituída por sócios já atuantes no mercado sergipano em três clínicas: Vitta, San Giovani e Oncohematos. A clínica possui três pavimentos e três bunkers: dois para os aceleradores lineares (3D, IMRT, IGRT, VMAT e radiocirurgia) e um para a braquiterapia (3D, de 30 canais).
“A ideia é que, em aproximadamente quatro meses, estejamos em pleno funcionamento. Os bunkers estão prontos e basta solicitar a vinda dos aparelhos. Virá primeiro um acelerador linear 3D, com o que há de mais moderno em radioterapia, para atender aos pacientes da forma ideal, e a braquiterapia. Após 1 ano, solicitaremos a importação do segundo aparelho”, explicou o médico William Eduardo.
Ainda de acordo com o radioterapeuta, a perspectiva é que a clínica atenda de 120 a 140 pacientes por dia. “Quando se tem um sonho grande, não se pode sonhar sozinho. Estamos abertos para firmar parcerias e contratos com o ente público. Isso será bom para o paciente e para o próprio Estado que, ao invés de pagar para deslocar os pacientes a outros estados, a Saúde poderá, através de um contrato conosco, tratar seus pacientes aqui mesmo, bem perto de casa, o que pode gerar uma grande economia e conforto. Queremos futuramente colocar nosso serviço à disposição”, enfatizou.
O médico explicou ainda que alguns detalhes como complexidade da importação e instalação dos equipamentos, licenças ambientais e nucleares são naturais em todo o processo para iniciar os trabalhos.
“Geralmente um bunker fica pronto a partir de seis meses, se não tiver intercorrência. Construir uma sala para radioterapia não é fácil. O processo de instalação requer todo cuidado necessário e tempo, além de testes na aparelhagem. Demora muito. Queremos dar as mãos ao Estado para cuidar do paciente. As dificuldades do Estado para adquirir, instalar e manter novos equipamentos são as mesmas da rede particular. Compreendemos e queremos somar”, complementou o médico William Eduardo.
“Radioterapia não é fácil. Da construção do bunker ao funcionamento do acelerador linear, há um grande tempo. A ideia errada que ouvimos é que existe má vontade do Governo. E não é verdade! Não é simples instalar um equipamento da complexidade que tem. Saúde não é feita por pressão. Tenho certeza que, assim que estiver em funcionamento, vamos contribuir para atender a todos os sergipanos, inclusive do interior, aliviando a demanda já existente”, explicou o médico Aécio Cavalcante.
O secretário de Estado da Saúde, José Sobral, ficou impressionado com a magnitude da obra e afirma que a união dos esforços futuros dará grande resolutividade no atendimento ao paciente oncológico em Sergipe.
“Ficamos muito contentes ao ver o projeto materializado. Foi uma visita importantíssima. Estão de parabéns os empresários sergipanos e, principalmente, os profissionais da cancerologia em Sergipe, que são grandes especialistas que tiveram sua formação aprimorada fora do Estado e voltaram com essa ideia. Estamos felizes e esperançosos”, destacou José Sobral.
Ainda de acordo com o secretário, “ficamos impressionados com o grau de complexidade da construção: são paredes com 2,20m de concreto nas laterais, no solo e no teto, com distâncias milimétricas previamente estabelecidas pelo projeto e pelo fabricante por toda a complexidade. Para a construção de cada um dos bunkers, são necessários de 4 a 6 meses para maturação do concreto, porque possuem pé direito diferenciado, tipo de tubulação especial que obedece a um determinado fluxo para que não haja vazamento de radiação e contaminação de toda a área. Para Sergipe, este empreendimento é muito importante, o que permitirá a compra do serviço a rede SUS é ampliada”.
“Cirurgia sozinho não cura câncer. Câncer de colo uterino, por exemplo, a depender do diagnóstico, precisa de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O câncer de mama e o de próstata são curáveis quando são descobertos no início. Câncer é uma doença que representa a segunda causa de morte no mundo, inclusive no Brasil, equiparada às doenças cardiovasculares. Câncer é uma doença do DNA. À medida que vamos envelhecendo, a probabilidade de ter é grande. Com a tecnologia, somos capazes de corrigir os erros do DNA. Mesmo assim, prevenção e diagnóstico precoce são as grandes armas para evitar e curar essa doença”, complementou o médico William Eduardo.
Modificado em 29/09/2015 21:43