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“Se um cidadão pedir para levantar a saia para ver se ela está sem calcinha, ela não vai poder dizer nada. Ela está desmoralizada. Ela é uma desclassificada”, diz Agamenon sobre Lucimara Passos

Agamenon: “Eu enfrento qualquer um”

Por Joedson Telles

O internauta que fita o polêmico título deste texto nutre a falsa sensação que a metralhadora do vereador Agamenon Sobral (PP), nesta entrevista, está apontada apenas na direção da vereadora do PC do B, Lucimara Passos, por, entre outros motivos, ter exibido uma calcinha na tribuna da Câmara Municipal de Aracaju. O governador Jackson Barreto (PMDB) e o prefeito João Alves Filho (DEM), por exemplo, segundo Agamenon, precisam tomar vergonha na cara. Já o ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B) seria o mentor intelectual do comportamento de Lucimara Passos. Há médicos roubando o Estado. Professor que não trabalha. Uma farra na Polícia Civil com o dinheiro público. Sindicalistas ‘mamando’ sem trabalhar. Ou seja, alvo é o que não falta. “Eu fui criado no Bairro América. A vereadora Lucimara não gosta do termo que eu uso: trocando porrada para não fumar maconha. Eu fui criado no tempo que o Bairro América era bairro de cão. Não tenho medo de homem nenhum. Eu enfrento qualquer um. Ando na linha. Procuro fazer a coisa correta. Quero o bem de todos de uma forma geral, mas digo de todo coração: ando destemido”, assegura Agamenon. A entrevista:

Na última sexta-feira, mulheres prestaram uma queixa-crime na polícia contra um pronunciamento seu, acusando-o de incentivar a violência. O que o vereador Agamenon quis dizer com aquela ideia de surra e sal?

O meu intuito, na verdade, é em defesa da moralidade na igreja. Eu defendo meus princípios. Eu aprendi a viver vendo a igreja como uma instituição sagrada, e eu tenho a igreja como uma instituição sagrada. Não poderia ver aquela matéria no jornal (alternativo) e não fazer um comentário sobre ela. O que, na verdade, está acontecendo é que algumas pessoas resolveram distorcer a ideia que era defender a igreja. Levaram para outro fato porque é um conjunto de fatos, mas se prenderam ao fato que eu tinha dito que aquela jovem, ao tentar desmoralizar a igreja merecia um corretivo. Em outra forma dizendo que ela merecia uma surra. Foi o que eu pronunciei, e não posso dizer que não pronunciei dessa forma. A meu ver, a coisa está distorcida. A verdade é que o pronunciamento foi em defesa da igreja, que é para mim uma instituição sagrada.

O senhor chegou a ventilar que a ideia dos que estão dando muita ênfase ao episódio é tirar o foco de uma pauta da Câmara Municipal. Qual?

Com certeza. Na verdade, há mais de 20 dias, a gente vem pleiteando a instauração de uma CPI sobre a saúde de Aracaju, e essa CPI será montada com o intuito de pegar os três últimos governos e o governo atual. Então, como há interesse pessoal da cúpula do PC do B para que essa CPI não venha funcionar, porque o último gestor foi justamente do PC do B (Edvaldo Nogueira), eles têm interesse que não haja essa CPI. Para você ter ideia de como a coisa é manipulada, quem é que comanda o Sindicato dos Bancários e essa comissão de mulheres? É justamente a primeira suplente do PC do B, que também é presidente do sindicato, foi candidata pelo PC do B, e, agora, estão se articulando para tentar dissolver e ludibriar a questão da CPI da saúde.

O senhor fala numa manobra para tirar o foco da CPI, então?

Com certeza. Uma manobra que foi articulada para tirar o foco que é a CPI. Na verdade, o foco principal foi o desrespeito daquela jovem para com a igreja e aí eles trouxeram outro apanhado, porque dia 25 foi o dia da violência contra a mulher. Eles tentaram distorcer, pensando que com isso vão fazer com que eu tire meu foco que é a CPI, mas eu não vou tirar.

Qual sua opinião sobre a vereadora Lucimara Passos ir à tribuna do Poder Legislativo e exibir uma calcinha?

Eu não imaginava que a baixaria fosse tamanha dentro daquela Câmara. Ali, sim, foi uma falta de decoro. Vereadora tirar a calcinha e apresentar para o povo dizendo “eu estou sem calcinha”? Aquilo, sim, merece comissão de ética. Merece uma punição. Na verdade, o vereador Agamenon leu uma matéria do jornal e a vereadora tirou a calcinha na tribuna da Câmara. Ela desmoralizou todas as mulheres com o ato dela. Ali foi uma desmoralização para toda mulher que se respeita. Imagine uma mãe de família tirar sua calcinha numa tribuna e ainda ser uma vereadora? Aquilo foi o cúmulo do absurdo. Desrespeitou a Casa e as mulheres de forma geral. Ela está ali representando um grupo determinado de mulheres, e na hora que ela tira sua calcinha, apesar de algumas dizerem que ela foi uma mulher macho, aquilo foi um desrespeito. Para mulher que tem moral e se respeita, o ato dessa vereadora é abominável.

Essa atitude a deixa vulnerável a piadas nas ruas sobre o uso ou não da calcinha?

Com certeza. Ela tirou a calcinha para o povo ver. Ela como vereadora, como representante do povo, tirou uma das peças íntimas mais importantes que a mulher tem que é a calcinha. Se ela passar na rua vestida de saia e um cidadão pedir para ela levantar a saia para ver se ela está sem calcinha ela não vai poder dizer nada. Ela está desmoralizada. Ela é uma desclassificada. Ela podia puxar outra vertente, mas tirar a calcinha em plena tribuna?

E por que a ideia de levar um ‘Bom Ar’ à tribuna no dia seguinte?

Eu não estava na tribuna e fiquei na dúvida se ela tinha levado uma calcinha nova ou usada. Se trouxe uma calcinha usada, aí podia estar infectado o ambiente e eu levei um ‘Bom Ar’ pra poder desinfetar. Sei lá como anda a situação dela.

E calcinha se limpa com ‘Bom Ar’, vereador?

Calcinha se limpa com um bom desinfetante, com um amaciante. Eu não tinha como utilizar esses produtos, tive que levar um ‘Bom Ar’. Às vezes, você chega e o mau cheiro está no ar, aí você leva o ‘Bom Ar’ para ficar cheirosinho.

Deu para saber se, de fato, ela estava sem calcinha?

Eu não sei dizer porque a minha conversa com a vereadora é pouca ou nenhuma. Eu não fui atrás dela, até porque como disse um ouvinte numa rádio, ela não é essa Coca-Cola toda, e aí eu já percebi que ela nunca foi Coca-Cola, e eu não posso dizer a você que ela era uma tubaína, até porque quando eu era criança eu gostava muito de tubaína com bolachão. Ela deve ser um outro suco daqueles que não tem muito valor.

Essa animosidade vai ter uma vida longa, pelo jeito…

Não pode encerrar por aqui, até porque a vereadora, infelizmente, está sendo indiciada por corrupção, e enquanto esse processo de corrupção estiver ativo no Ministério Público vai ser difícil. A vereadora gosta de aparecer, e devido ao processo que ela tem, não pode estar tentando extrapolar as coisas. Ela tem que ter consciência e baixar a bola. Eu acho muito difícil a coisa terminar aqui. Os vereadores de oposição imaginaram que iam chegar à Câmara e iam tomar conta. O vereador do PT dá umas entrevistazinhas, ela também, porque imaginavam que iam tomar conta, acharam que eram vereadores novatos e iam mandar, mas quebraram a cara. Encontraram vereadores de primeiro mandato, mas com vontade de trabalhar.

Quando o senhor fala em desviar o foco isso seria uma ideia da própria Lucimara Passou ou acredita que pode ter mais gente envolvida?

Eu acho que ela deve estar sendo orientada porque a ideia dela é fazer o trabalho que venha só beneficiar o grupo político do ao qual ela pertence. Eu tenho certeza absoluta que Edvaldo Nogueira está orientando ela, e agora, então, com essa história da CPI é mais um motivo para que o ex-prefeito Edvaldo não tenha interesse e tente tumultuar, tanto é que vai patrocinar esse movimento todo que vai haver das mulheres que está sendo patrocinado pelo PC do B. Mas um motivo para ter noção que está sendo patrocinado por alguém.

Com tanta polêmica, e não falo apenas pelo último caso, o senhor não teme uma reação violenta nas ruas?

Eu fui criado no Bairro América. Eu fui criado, inclusive, a vereadora Lucimara não gosta do termo que eu uso, trocando porrada para não fumar maconha. Eu fui criado no tempo que o Bairro América era bairro de cão. Sou filho de um pai com 16 filhos dentro do Bairro América e hoje são todos homens de bem, bem estruturados. Eu aprendi a me defender, e hoje eu posso dizer que eu não tenho medo de homem nenhum. Eu enfrento qualquer um. Não adianta dizer que eu sou um brutamonte. Eu sou homem e aprendi a viver dessa forma e não me arrependo. Eu aprendi a viver vendo os problemas de frente e não empurrando os problemas para o lado, e essa questão da saúde e da educação é um problema que eu senti na pele. Eu sei o que é a saúde pública e eu sei o que é educação pública e transporte público. Eu digo sempre que sou filho da educação pública, estudei no Colégio Santa Rita de Cássia, Colégio Presidente Vargas. A minha saúde foi INPS, INSS. Eu fui tendo uma saúde de melhor qualidade quando vim ser funcionário público, quando passei no concurso do serviço federal do processamento de dados tinha um convênio com a Pró-Saúde, uma empresa particular que tinha um dos melhores convênios de Aracaju. Eu sou filho da periferia. Eu sinto na pele o que o povo sente hoje. Então é por isso que eu não tenho medo, até porque eu tenho um grande guardião: Deus está lá em cima me protegendo. Foi Deus que me deu esse mandato. Eu tive 1.616 votos e não me elegeria se não fosse pela vontade do astro maior que é nosso Deus. Eu posso até apanhar no meio da rua, mas vou enfrentá-lo de cara. Mas, como sou cristão e vivi dentro da igreja, vi que nem Cristo conseguiu se salvar da traição. Não vai ser Agamenon que vai se salvar. Por isso que eu ando despreocupado. Ando na linha, procuro fazer a coisa correta, quero o bem de todos que estão ao meu redor e de todos de uma forma geral, mas digo de todo coração: ando destemido. Eu digo sempre quando alguém me liga e diz que vai me pegar que venha me pegar. Eu já recebi uma ligação restrita aí eu sempre digo que por telefone não vai me pegar, venha me pegar pessoalmente. Estava dando entrevista numa rádio e um professor do município disse que ia me pegar, eu disse para ele ir pegar que ia sair tal hora, que por telefone não dá para pegar. Ainda não existe esse processo que ele vai me atingir por telefone.

Quem é hoje seu maior adversário político?

Hoje, eu não diria que eu tenho adversário político. Eu não estou preocupado com eles, até porque eu não entro na Câmara nem preocupado com uma reeleição. Eu entro preocupado com o meu mandato para trazer os benefícios ao povo de Aracaju. O meu grande adversário político hoje são alguns médicos que não querem trabalhar, alguns professores que não querem trabalhar, alguns funcionários públicos que ganham do povo e não querem trabalhar. Politicamente dentro da Câmara eu não olho para nenhum. Eu trato todos muito bem. Se você observar, eu me dou muito bem com todos eles lá dentro – com exceção da vereadora porque, infelizmente, esse inquérito policial chegou à minha mão quando ela estava sujando a imagem do prefeito João Alves sem necessidade e aí começou o conflito entre a gente. E parto do princípio que se você teve o poder na mão e não fez não pode cobrar, e Lucimara teve o poder na mão. Como é que ela foi presidente da Emsurb e pede para o prefeito João Alves dar gratificação para o gari que ela não deu? Como é que ela foi presidente da Emsurb e não acabou com a lixeira e vai falar do cara que acabou com a lixeira? Veja a incoerência. O nosso atrito começou por aí. Se eu fizer isso vou estar tentando jogar o povo contra você, e aí eu não aceito.

O senhor cumprimenta a vereadora Lucimara Passos na rua?

Eu nunca tive o privilégio de encontrá-la na rua, mas tenha certeza: se passar por ela, farei o que manda a lei da vida: darei bom dia, boa tarde, boa noite. Ela responda se quiser. No plenário, ela senta na frente e eu na última fileira. Eu entro pela porta dos fundos que já vai para minha cadeira, e ela entra pela frente. A gente não se bate.

Muita gente tem dito que vereador brigando é falta de serviço. Qual sua opinião sobre este tipo de juízo?

As pessoas que fazem esses comentários estão desinformadas. Você é um repórter atuante e vem acompanhando diariamente o trabalho do vereador Agamenon e está me vendo envolvido com a educação, com a saúde, com o transporte público, com o estacionamento. Eu estou envolvido em vários projetos. Nesse problema você a de convir que eu não me envolvi com a calcinha. Eu me envolvi quando eu li uma matéria que é interessante para o povo que era o desrespeito a igreja. Foi a matéria que o vereador Agamenon leu. As pessoas que estão indo ao rádio estão desinformadas e não estão acompanhando o trabalho do vereador Agamenon, e eu acho que você a de convir comigo porque eu venho fiscalizando, inclusive, agora, lancei um projeto que é benefício para todos os pais de alunos que tem filhos em escola particulares, que já é lei e foi sancionada pelo prefeito João Alves, que proíbe as escolas particulares de pedir 15 itens que pedem sempre quando pedem material escolar. Já é lei, a lei 50-2014. Hoje, a escola particular não pode exigir do pai do aluno que ele mande papel higiênico, bastões de cola, fitas adesivas, álcool, algodão, clipes, fósforo, grampo, pincel, clips, material de limpeza em geral, barbante, creme dental, uma resma de papel por aluno, sabonete para uso pessoal, TNT. Isso é um projeto de lei do vereador Agamenon. Além de fiscalizações estamos fazendo projetos em benefício do povo. Eu discordo do pensamento de algumas pessoas que não estão acompanhando o trabalho do vereador Agamenon.

É verdade que há médico roubando os cofres públicos?

Se você quiser pode tirar uma foto do documento oficial do Tribunal de Contas que eu tenho e cito as iniciais. Eu posso deixar para citar os nomes quando estiver com a relação completa, porque hoje são 32 médicos, mas eu tenho algumas iniciais de médicos com 23 vínculos. Você acha que o cidadão tem condição de trabalhar em 20 lugares diferentes ao mesmo tempo? Se ele não tem então está roubando o erário público. Os vencimentos são até de R$ 60 mil. Não adianta eu dizer que o cara está lesando. O tabaréu não sabe o que é lesando, mas sabe quando eu digo que está roubando. Eu não quero ser hipócrita, tem que ser realista, porque o cara que tem 26 vínculos, 5 só da Fundação de Saúde, ele está roubando o erário público. Até porque a lei diz que só pode ter dois vínculos empregatícios. Se alguém acha que o pronunciamento foi forte, foi a pura verdade.

“Tem sindicalista que não gosta de trabalhar, gosta de mamar” Essa frase é do senhor…

Eu posso dar um exemplo meu. Eu fui vice-presidente do sindicato de informática de Sergipe. Eu nunca me afastei da empresa para assumir o cargo, e o nosso sindicato tinha direito a quatro membros se deslocarem de sua empresa para ficar no sindicato. Eu nunca exerci essa prerrogativa. Eu dava meu horário de trabalho a empresa e no meu horário de folga dava ao sindicato. Têm sindicalistas aí com mais de 20 anos como presidente do sindicato. Ele sabe de que órgão é porque recebe o contra cheque todo mês. Vários sindicalistas com mais de 10, 15 anos no sindicato. Ele não trabalha e está só mamando.

O senhor faz uma crítica nesse sentido a Fernando Cabral, presidente do Sindicato dos Radialistas?

O caso com Fernando Cabral foi um caso que eu estava em debate com a presidente do Sindicato dos Bancários, que também é a primeira suplente da vereadora Lucimara, que também é filiada ao PC do B, e aí eu acho que Fernando Cabral foi infeliz, ao tentar defender a presidente, inclusive ele entrou com arrogância dizendo que o vereador Agamenon não deixa ninguém falar. Eu deixei ele falar. Foi quando eu também não aguentei e mandei ele ir trabalhar. Segundo informações, tem muito tempo que ele não sabe o que é trabalhar numa empresa e fica só mamando no sindicato dos radialistas. Ele foi infeliz até porque é uma pessoa que eu nunca tive amizade, mas sempre nos cumprimentávamos cordialmente em todo lugar que chegávamos.

E qual será a polêmica desta semana?

Na quarta-feira, eu devo estar entrando com o pedido da CPI da Saúde de Aracaju e vou dar uma sequência nessa questão dos médicos para ver se o prefeito João Alves e o governador Jackson Barreto tomam vergonha na cara e começam a exonerar todos esses profissionais da saúde que têm mais de dois vínculos. Eu vou usar da prerrogativa de estar vereador e de estar diariamente pedindo ao prefeito e ao governo que tomem vergonha na cara e comecem a exonerar médicos, professores, enfermeiros que tenham mais de dois vínculos. Nosso intuito é uma saúde e educação de qualidade, que passam pela moralidade dentro do serviço porque ninguém consegue colocar na minha cabeça que um cidadão que tenha 20 vínculos trabalhe em algum lugar. Tem aí a farra na Polícia Civil. Um delegado só de diária tem R$ 28 mil. A gente vê os absurdos acontecendo. Por isso que falta dinheiro para tudo. A gente vê a situação da BR 235, onde tem ali aquela pista quase um ano e o povo sofrendo e o governo não toma providência. Infelizmente, o vereador Agamenon não tem como estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Só se eu tiver 26 vínculos e me transformo em 26. Se eu conseguir esses vínculos todos vou poder fiscalizar todas as áreas em todos os setores.

Modificado em 01/12/2014 08:05

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