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“Se for para ganhar perdendo, eu prefiro perder ganhando”, diz Marina Silva

“Eduardo não quer subordinar esse processo à lógica do tempo de TV  e aliança”, afirma

“Não é para ser oposição por oposição”, diz Marina

Por Joedson Telles

Ao ser entrevistada pelo jornal O Estado de S.Paulo (TV Estadão), a ex-senadora Marina Silva (PSB) assegurou acreditar que uma candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República, em 2014, seria positivo inclusive para as candidaturas da presidente Dilma Rousseff (PT) e da direita – representada pelo ex-governador de Minas Gerais, o senador Aécio Neves (PSDB). Marina explica que isso em função de surgir esse terceiro candidato, que, segundo ela, não está preocupado com a lógica da eleição pela eleição.

“Não é uma questão de ganhar de qualquer forma. Se for para ganhar perdendo, eu prefiro perder ganhando. E eu sinto no Eduardo que ele não quer subordinar esse processo à lógica do tempo de televisão  e aliança a qualquer custo e preço, tanto é que estamos iniciando primeiro num esforço de adensar programaticamente a possibilidade de pensar num Brasil melhor, de termos um Brasil que acaba com isso círculo vicioso de uma governabilidade baseada em uma distribuição de cargos no estado para uma governabilidade programada”, disse Marina.

Recém filiada ao PSB, Marina Silva afirmou ainda que jamais se considerará uma traidora do ex-presidente Lula, por não estar no palanque do PT, em 2014, apesar da sua história dentro da legenda. Segundo ela, houve uma mudança em função de uma outra visão, que está sendo colocá-la à disposição da sociedade, que por sua vez, decide. Marina explica que foi leal dentro do governo Lula, mas sempre defendeu seus pontos de vista, que, óbvio, nem sempre consideram com os do ex-presidente.

“Quando não foi mais possível eu identificar na força majoritária do governo a disposição para que as ideias que eu defendia pudessem prosperar eu pedi pra sair. E pedi para sair de uma forma muito respeitosa em relação ao reconhecimento que tenho, pela trajetória que eu tenho dentro do PT, pelas coisas que fizemos dentro do governo e obviamente com as críticas por aquelas que não foi possível avançar e nem convencer. Eu sempre dizia que meio ambiente era a nova utopia desse século, mas quando eu dizia isso, até pela trajetória do PT em defesa da democracia, que é uma luta correta, com a inclusão social, não conseguiu que não dava para continuar no velho diapasão do desenvolvimentismo. Que era preciso buscar atualizar o processo na visão da sustentabilidade, mas eu não conseguia mostrar isso para as pessoas e alguns diziam que eu fazia isso porque queria cacifar minha agenda, mas não era, porque de fato eu achava que isso poderia prosperar e se tivesse prosperado eu acho que talvez a historia fosse diferente”, disse.

Sobre a possibilidade de o PT tentar desgastar a aliança dela com Eduardo Campos, a ex-senadora afirmou que a candidatura do PSB tem uma possibilidade real de uma inserção no processo político, caso a aliança prospere. “Eu não sei o que as outras forças que estão nesse processo vão fazer. Eu tenho a uma determinação que nós que estamos nesse processo de sustentabilidade e queremos fazer e sinto no Eduardo a mesma determinação de sentar para construir ideias e propostas, não é para destruir ninguém, não é para desconstruir ninguém. É para construir o Brasil que queremos. Não é para ser oposição por oposição. É para tomar posição. Posição a favor da educação de qualidade, da ciência, da tecnologia e da inovação, que estamos atrasados nessa agenda. Posição em relação a ter uma saúde para atender as pessoas no momento em que elas mais precisam. Posição em relação a ter uma infraestrutura logística necessária para nosso desenvolvimento que estamos vivendo uma dificuldade enorme na questão dos aeroportos, da geração de energia, sem apostar  em fontes de geração de energia que nos deixa dependente de uma única fonte para nossa matriz energética,  ainda que essa fonte seja estratégica e importante”, disse.

Segundo Marina, numa eventual campanha, o PSB assumiria as coisas boas que Dilma tem preservado do governo Lula, do governo FHC. E, evidente, em chegando ao poder, o partido também preservaria. Marina disse, inclusive, que torce para que Dilma também deixe sua própria marca. “Que infelizmente ainda não conseguiu deixar. Talvez a grande contribuição que a presidente Dilma esteja deixando para nosso país é a denúncia mais contundente que esse modelo de governabilidade baseado em negociação de cargo se esgotou, isso porque no atual governo não é mais apenas uma percepção. Isso está transformado em ato. Só o gesto que eu e Eduardo fizemos uma parte da base do governo começou a chantagear a presidente e eu acho que ela não imagina isso para os próximos quatro anos, e com certeza o que eu e Eduardo estamos fazendo é ajudar para criar uma outra possibilidade de governança, e com certeza a denúncia contundente que o governo dela faz dessa estagnação desse modelo que está aí, eu espero que possa trazer uma nova qualidade na política do Brasil”,finalizou.

 

Com informações do jornal O Estado de S.Paulo

Modificado em 12/10/2013 12:07