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Rejeição a Jackson é a maior pedra no caminho de Zezinho. Quer apostar um picolé de graviola?

Zezinho: saia justa do canso

Por Joedson Telles

Pesco no programa do radialista Gilmar Carvalho, na Mix, um ouvinte indagando ao ex-secretário de Saúde do Governo do Estado, Zezinho Sobral, qual a grande obra do governo Jackson Barreto. Estruturante, diga-se. Expectativa criada para tomar ciência do que não consigo enxergar, acabo frustrado. Mesmo ex-gestor de uma pasta importantíssima como a Saúde e amigo do governador, Zezinho deu o silêncio como resposta. Não tem culpa, evidente. Não é ele o chefe do Poder Executivo. Tampouco foi Zezinho quem pediu o voto do sergipano prometendo soluções. Ele não passou a vida criticando ex-governadores que, ironicamente, deixaram, estes, sim, grandes obras.

Se o ouvinte desse uma colher de chá, especificando querer exemplo de obras negativas, quebra quebra da máquina de radioterapia de hospital público, endividamento assustador do Estado, parcelamento de vencimento de servidor que não tem aumento, ausência de um projeto eficiente contra a criminalidade desenfreada, entre tantas outras, socorreriam o ex-secretário em segundos.

Aliás, esta talvez seja a maior pedra no caminho de Zezinho Sobral enquanto pré-candidato a prefeito de Aracaju. Um gestor preparado e o novo como o eleitor tanto cobra, mas que carrega o peso de ter como maior padrinho político o pior governador da história de Sergipe – título dado, ressalve-se, por mais que um aliado, um amigo. E ratificado no dia a dia da gestão.

Não gratuito qualquer pesquisa revela facilmente a grande rejeição do governador Jackson Barreto. Duvidam? Plagiando o grande Wellington Elias, aposto um picolé de graviola que, cientificamente, é fácil provar o sentimento das ruas. Faça uma pesquisa… E aposto outro picolé de graviola que, se não fosse a decepção com Dilma Rousseff, a revolta genuína seria ainda mais visível. Sergipe nunca esteve em mãos tão erradas.

A desculpa pífia para uma gestão mais pífia ainda da tal crise econômica já não cola. Esbarra e acaba sendo desmoralizada quando se olha para outros estados brasileiros, cujos gestores usam da criatividade e evitam deixar seus Estados de cabeça para baixo. Nestes estados, servidor público, empresariado e, sobretudo, os demais que compõem o conjunto da população não pagam a conta alheia pela falta de aptidão de quem não nasceu para governar…

Pelo esboço, em entrando mesmo na disputa, Zezinho estará numa saia justa do canso: como dizer ao amigo e idealizador do projeto que ele é o principal cabo eleitoral dos adversários? Que a presença dele no bojo pode perpassar ao eleitor que o mesmo caos administrativo do Estado será estendido ao município de Aracaju? Aracaju, evidente, tem seus graves problemas. O João prefeito não parece o João governador.  Ninguém discute isso. Entretanto, ainda assim, João Alves no seu pior momento é muito mais gestor que Jackson Barreto.

Maquiavel manda deixar o inimigo errar. Como não vejo em Zezinho um inimigo, nada contra, aliás, sequer o conheço pessoalmente ou sou candidato a nada, arrisco, humildemente, aconselhá-lo: caso se concretize o projeto, só gaste sola de sapato ao lado do amigo Jackson Barreto em bases comprovadamente dele. Não tropece no equívoco de deixá-lo colocar a cara em todos os pontos de Aracaju – sobretudo na TV – pedindo voto. Será um tiro no pé. O apoio do governador é benéfico, óbvio. Mas em outras esferas. Apareceu tirou voto. Quer apostar outro picolé de graviola?

Modificado em 06/05/2016 11:20

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