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Reforma dos Sonhos

Por Rogério Carvalho

Sob nova direção há apenas seis meses, o Brasil já conseguiu tirar do armário boa parte dos fantasmas que assustavam as três esferas de governo, o capital, o trabalhador e, principalmente, os investidores externos. Com a expressiva contribuição do Congresso Nacional e de todas as forças progressistas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem tirando o país do atoleiro em que ele foi jogado.

A aprovação em primeiro turno da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados é somente uma pequena parcela do nosso extenso programa partidário. Ainda há muito por fazer, mas certamente esta proposta, que começa a valer a partir de 2026, é o início do fim de boa parte das mazelas do povo brasileiro.

Antes mesmo da posse, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu de Luiz Inácio o seguinte pedido: “Coloque o pobre no Orçamento e o rico no Imposto de Renda”. Concluído o processo legislativo de votação da Reforma Tributária, certamente a frase será colocada em prática. O objetivo de todos os que trabalham pela ascensão política, econômica e social da nação é convergente: alíquota zero para os produtos da cesta básica e a simplificação da cobrança de impostos, medida considerada fundamental para destravar a economia e impulsionar o crescimento e a geração de empregos. De imediato, será criado o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), em substituição ao PIS/Cofins. Haverá também o Imposto Seletivo no lugar do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Inquestionavelmente, em pouco mais de 180 dias de governo, o presidente Lula da Silva acumula indicadores significativos, superando até mesmo as expectativas mais otimistas. Nesse período, o Brasil consolidou a democracia, deixou a condição de patinho feio do mundo, recuperou o respeito e o prestígio internacionais, mudou o rumo das questões ambientais, aprovou o Arcabouço Fiscal e retomou investimentos na saúde, educação, segurança pública e direitos humanos, áreas consideradas sensíveis e básicas para a população brasileira, particularmente para o povo de baixa renda. Sem estrelismos, vaidades ou pirotecnias, a administração do PT vem devolvendo à nação o que há de mais caro em uma sociedade: a confiança.

E é nessa confiança que apostamos todas as fichas na volta por cima em tempo recorde. Contrariamente ao que alardeavam os oposicionistas, a administração petista não só afastou qualquer hipótese de o MST voltar a invadir o campo, mas anunciou o maior Plano Safra da história, com a liberação de R$ 364,22 bilhões para fortalecer o agronegócio, hoje o maior exportador de proteína animal e um dos principais fornecedores de grãos ao mercado mundial.

Reitero que ainda é pouco para o que se pretende, mas é um bom começo para nosso ideal partidário de desenvolver econômica e socialmente o país, com distribuição igualitária de renda. A pavimentação da estrada passa, obrigatoriamente, pela diminuição dos juros e, sobretudo, pela redução da inflação a patamares possíveis de serem mastigados pela massa.

Estamos cada vez mais próximos da tese poética de que, depois do medo, vem o mundo. Deixamos de sonhar em vão. Entretanto, permanecemos distantes do objetivo pautado desde o primeiro dia do governo petista, que é a integração de todas as forças capazes de garantir a desejada retomada econômica.

Estejam certos de que as dificuldades não são aquelas anunciadas pelo segmento que destila gratuitamente ódio e, por isso, colhe inelegibilidade. Mudamos a prosa e os destinos do Brasil. No entanto, precisamos deslanchar. Como o bom do caminho é haver volta, conseguir tirar do fundo da gaveta a Reforma Tributária é a prova de que a esperança é sempre maior do que qualquer obstáculo.

A Reforma Tributária será um divisor de águas na redução das profundas desigualdades regionais, materializadas em graves problemas sociais e econômicos. É esperar para ver.

Rogério Carvalho é senador pelo PT de Sergipe e primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado Federal

 

Modificado em 06/07/2023 15:45

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