Reafirmando a sua preocupação com os riscos de um possível retorno às aulas presenciais na rede pública municipal no período de pico da pandemia, a vereadora Professora Ângela Melo (PT) protocolou um Projeto de Lei para que trabalhadores e trabalhadoras da Educação de Aracaju tenham prioridade na vacinação contra a covid-19.
O PL, apresentado nesta segunda (15/03), é mais uma ação da parlamentar petista na defesa da vida não apenas de professoras/es e funcionários, mas também de estudantes e suas famílias, já que a vacinação dos maiores de 18 anos que atuam nas escolas pode contribuir para que não cresçam as contaminações na comunidade escolar.
“Por diversas vezes e de diferentes formas, tenho afirmado que a volta às aulas presenciais só deve ocorrer com a vacinação ampla dos adultos que trabalham nas escolas. Enquanto isso não acontecer, não podemos admitir a possibilidade de retorno presencial, porque será iminente um crescimento exponencial das infecções e potenciais óbitos”, adverte Ângela.
Vale ressaltar que a afirmação da vereadora se baseia na experiência negativa de outros locais. Conforme Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Governo de São Paulo, apenas no primeiro mês de retomada das aulas presenciais foram registradas 4804 contaminações e 21 mortes de professores, funcionários e estudantes das escolas da rede estadual paulista.
Professora Ângela Melo lembra ainda que São Paulo é o segundo estado em proporcionalidade de imunização da população, enquanto Sergipe é o 17º. “Se São Paulo está mais adiantado que o nosso estado em percentual de vacinação e já há essa quantidade de infecções e mortes pela covid-19, o que será de Sergipe?”, questiona.
O alerta da vereadora faz-se ainda mais necessário considerando que, na noite desta segunda-feira (15/03), a Prefeitura de Aracaju informou a suspensão da vacinação contra a covid-19 por não ter mais doses para aplicar e estar aguardando o envio de novos insumos pelo Ministério da Saúde.
“Num dia, a Prefeitura anunciava que ainda estava vacinando idosos acima de 75 anos, no dia seguinte comunica que não há mais vacinas. Com este cenário, como podemos expor nossos estudantes, professores e suas famílias?”, critica Ângela Melo.
Na justificativa do Projeto de Lei, a vereadora Professora Ângela Melo apresenta informações científicas que apontam a escola como “ um espaço privilegiado para a proliferação do vírus e é um polo gerador de contaminação difusa no processo pandêmico” e demonstram que diversos países do mundo estão primeiro vacinando trabalhadores da Educação para, apenas a partir disso, definir a volta às aulas em regime presencial.
Ainda de acordo com o PL, “no caso de não serem disponibilizadas ao município de Aracaju doses suficientes para a vacinação de todos/as os trabalhadores e as trabalhadoras em educação, o grupo remanescente será vacinado na fase imediatamente posterior com preferência em relação aos demais grupos prioritários, sendo as despesas decorrentes da execução da lei de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde.
Modificado em 16/03/2021 19:06