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O parcelamento dos vencimentos dos concursados e a grita contra os apadrinhados

Por Joedson Telles

Leio na coluna periscópio do JC que os vencimentos de julho do servidor público estadual serão pagos em duas parcelas por falta de dindin em caixa. Não houve “milagre” este mês, e acabou sobrando para o funcionalismo, cujas contas, óbvio, dificilmente aceitarão a mesma justificativa para deixar de vingar na jugular com juros amolados.

Vá lá que o governo, de fato, não tenha dinheiro sequer para fazer o básico: pagar a quem deve. Por culpa da crise ou não, é difícil convencer uma pessoa de bem que o governador Jackson Barreto, leia-se o Estado no momento, nada em dinheiro, mas, por pirraça ou motivo afim, aplique o calote.

Não imagino tamanho masoquismo a avocar o desgaste político desnecessariamente. Mesmo levando em conta que o próprio Jackson promete se aposentar, em dezembro de 2018, não há sentido. Creio que as finanças nunca estiveram tão mal das pernas mesmo.

O problema, contudo, é a grita dos servidores concursados, da oposição e da parte lúcida da imprensa contra gente que ocupa um cargo comissionado, mas, se deixar o governo hoje, não faz a menor falta. Vá tirar isso da cabeça do servidor que trabalha e vai receber parcelado. Não há ligação direta, mas e o servidor quer saber? Já pensa no automático.

Por sua vez, o governo, quando acossado sobre a polêmica, tenta minimizar, alegando que os comissionados não pesam na folha. Mesmo assim, como o assunto é dinheiro público, das duas uma: ou o governo deveria provar que, de fato, essa gente toda trabalha, que tem competência para ocupar os CCs ou, se não for assim, cortar sem pena. Acabar com a farra.

Nada contra um apadrinhado que trabalha, que tem competência e, logo, é necessário para o funcionamento da máquina. Todos os governos têm CCs. Todos. O problema é o silêncio do governo sobre o assunto.

Já passa da hora de provar o contrário sobre o discurso da oposição, dos concursados e da parte lúcida da imprensa no tocante ao carnaval com o dinheiro público no bolso de quem não trabalha ou, em admitindo a desfaçatez, promover o sepultamento pra ontem.

Lógico que justificar tais gastos ou mesmo passar a faca no desnecessário não evita o parcelamento da folha de quem trabalha. Como já lembrado aqui, o governo alega que o peso é mínimo. Todavia agir ajudaria a garantir a coerência sem a qual qualquer gestor tem sérias dificuldades em persuadir quando não paga em dias – mesmo em tempos de crise e evidente escassez de recursos.

Modificado em 28/09/2015 08:02

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