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O gigante acordou? Que nada. O Brasil é embrutecido até para cobrar o correto

A Copa do Mundo tem que ser aqui e vamos ganhar

Não consigo absorver a desculpa pífia de se estar nas ruas engrossando as manifestações porque houve gastos exorbitantes na reforma dos estádios de futebol para a realização da Copa do Mundo. Bolas! Que toda vez que o dinheiro público é gasto é preciso lisura, seja um centavo ou hum trilhão, ninguém em sã consciência discute. Precisamos de gente honesta cuidando das nossas finanças. Mas devemos exigir seriedade sem ser contra o Brasil. E ser contra a Copa do Mundo é ser contra o sentimento do Brasil pela Seleção Brasileira de Futebol – algo que dispensa argumentação.

Ontem este amor pela pátria foi ratificado no jogo contra a Espanha. Até quem não gosta de futebol parou para assistir ao jogo e comemorar o título. Nas ruas, em casa, nos bares e nas redes sociais. Gente feliz. Gente vestida de verde e amarelo a comemorar a vitória do nosso país contra uma poderosa economia da Europa num estádio nosso lotado de brasileiros. Para lavar a alma dos minimamente informados.

Sinceramente, sair às ruas para manifestar contra a Copa do Mundo? Trabalhar para tirar a copa do Brasil, e, no pacote, o dinheiro do turista que circulará aqui movimentando a nossa economia? O marketing inerente ao evento para o país que realiza? Os empregos diretos e indiretos? É muita ignorância ou não gostar mesmo do Brasil. Vamos cobrar lisura nos gastos? Correto. Mas sem esquecer que não se realiza uma Copa do Mundo sem primeiro se estruturar o país e, principalmente, seus estádios de futebol. Se querem levar a Copa do Mundo para a Inglaterra, por exemplo, é porque lá os investimentos também foram feitos. Não existe estádio em ruína.

Mesmo enxergando isso, os mais afoitos argumentam que o dinheiro poderia ser utilizado em outras áreas. E tome cartazes contra as políticas de saúde, educação, transporte, habitação, segurança, saneamento… contra tudo e contra todos. Aí eu pergunto e fico sem resposta: quem garante que se abríssemos mão da Copa do Mundo para não abrir o cofre o montante iria para as tais áreas? E vou mais além: em não indo haveria manifestação? E se fosse parar no bolso de algum ladrão – como tantos outros? Se há problemas de gestão nas diversas áreas – e há, nisto os manifestantes estão certíssimos, – vamos às urnas expelir os maus gestores. Agora em 2014. Já. O voto é uma medida mais inteligente e eficaz que a baderna anunciada.

A pessoa inteligente não pode se dar ao luxo de acreditar que o que está aí é apenas algo pacífico e merecedor de aplausos. O gigante acordou? Que nada. O Brasil é embrutecido até para cobrar o correto. Desconhece o poder do voto e extrapola na violência. A manifestação é excelente para marginal se infiltrar e agir. Pode ser útil também para político demagogo, que pega carona no caos criado por ele mesmo e por iguais, visando 2014. Também tem olhos azuis e corpo violão para quem assiste à baderna de casa no conforto e segurança da TV. Mas para quem coloca a vida em xeque, como jornalistas e policiais, a história é outra. Para quem é agredido. Para quem vai trabalhar com medo, para quem sai do trabalho exausto, mas não tem ônibus para voltar para casa, e para os lojistas que baixam as portas, temendo os vândalos e os roubos, e acumulam, assim, prejuízo, a manifestação é algo maléfico. Algo nocivo que virou moda negativa e precisa de um basta.

Modificado em 01/07/2013 09:30