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O deputado Robson Viana e o vacilo, se abrir mão do mandato para ser vice. Deixa isso para o Vasco

Robson e João: é Rasgadinho

Por Joedson Telles  

O deputado estadual Robson Viana, que deixou o PMDB para comandar o PEN, ao ser entrevistado pelos radialistas Gilmar Carvalho e Marcos Couto, na Mix, nesta quarta-feira 25, tratou de rechaçar boatos no sentido de que será o pré-candidato a vice-prefeito numa suposta chapa tendo como pré-candidato a prefeito de Aracaju Zezinho Sobral (PMDB). Ventilou-se que o próprio governador Jackson Barreto (PMDB), ciente de que a petista Eliane Aquino não toparia estar no palanque o PMDB, costura o acordo.

Aliás, o mesmo Robson Viana foi anunciado, recentemente, como vice de João Alves, que sequer anunciou se é candidato à reeleição, diga-se. Felizmente, Robson Viana desmentiu também. Já imaginou um só Robson sendo vice em duas chapas? A política apronta das suas, evidente. Mas, às vezes, a especulação desafia a lógica…

Na mesma entrevista que concedeu à Mix, Robson Viana também diz que sequer vem conversando com o governador Jackson Barreto ou com o prefeito João Alves sobre a eleição de Aracaju. E assegura que “não tomou posição ainda”. Aguarda “detalhes”.

Evidente que, como virou lugar comum, “em política pode acontecer tudo inclusive nada”. Robson pode ser candidato a vice-prefeito de Aracaju? Pode. Assim como qualquer pessoa que tem filiação partidária. A exceção é se for candidato a prefeito. Aí fica impossível desafiar a física.

Mas, cá pra nós, alguém acredita que Robson Viana abriria mão de um mandato de deputado estadual para ser vice-prefeito? Não indago nem candidato a vice-prefeito. Vamos imaginar que a chapa escolhida seja a vitoriosa: Robson abriria mão do seu mandato de deputado estadual para ser vice-prefeito? Não creio. Desafia a lógica. É pouco inteligente. E Robson é um homem inteligente. O internauta abriria?

Sem desmerecer, o vice, salvo raríssimas exceções, na prática, só existe na ausência do prefeito. É um reserva de luxo pronto a seguir o script deixado pelo titular. Ainda que ocupe uma secretaria estratégica da gestão, continua sendo um vice. Às vezes sequer escala o seu time. O vice quando está como secretário sempre tenta se equilibrar numa linha, temendo contrariar o prefeito, que pode muito bem exonerá-lo a qualquer momento. Detalhe: sem precisar de motivos ou mesmo dar satisfação. Salvo exceção, repito. Vejo, por exemplo, o vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado, administrando com João. Mas é uma exceção dada, creio, a amizade de ambos de anos e anos.

Por outro lado, uma vez eleito deputado estadual, o político ganha vida própria. Ninguém exceto o eleitor, nas próximas eleições, ou ele mesmo, se cometer alguma besteira, pode lhe desempregar. Entre outras vantagens, o deputado Robson Viana tem um gabinete próprio no sentido amplo da palavra onde ninguém apita e um voto no plenário da Casa muito valioso para o governador do Estado que, por sua vez, trata de recompensá-lo, dentro da legalidade, evidente, pela harmonia nas votações de interesse do Poder Executivo.

A tese de ser candidato a vice-prefeito, abrindo mão de um mandato de deputado estadual, só passa a ter sentido para se começar a comparar o melhor caminho, se houver um acordo no sentido de o prefeito deixar a prefeitura para disputar um mandato de governador ou senador, por exemplo, e o vice assumir definitivamente. Outra situação – esta um tanto macabra – é se o deputado estiver apostando que alguma tragédia impedirá o prefeito de permanecer no cargo, cedendo, assim, a cadeira para o vice também definitivamente.

Robson Viana, acredito, em João Alves anunciando a sua pré-candidatura, deve sair pelas ruas de Aracaju gastando sola de sapato pelo êxito do projeto, mas não como vice. Como um aliado. Ou como ele costuma dizer, “como amigo”. E isso não será, salvo o ciúme de macho entre em cena, um racha com Jackson Barreto, amigo há muito mais tempo. A pré-candidatura é de Zezinho Sobral apoiada por Jackson, e não uma pré-candidatura de Jackson. Em política, isso quer dizer um oceano de distância. Mas, pelo desenho, nem se fosse o próprio Jackson na disputa tiraria Robson do palanque de João Alves Filho. Não gratuito, Robson trocou o PMDB pelo PEN.

Robson passa isso nas entrelinhas. Aliás, ele sepulta quaisquer dúvidas quando diz esperar que o governador Jackson Barreto não confunda a sua posição nas eleições de Aracaju com a sua posição na Assembleia Legislativa. Ou seja, ele dá a entender que permanecerá na Assembleia Legislativa votando com o governo, mas caminhará com João Alves Filho pelas ruas de Aracaju nas eleições 2016. Todavia, como um experiente político de Sergipe já definiu política como “arte do cão”, repito o lugar comum: “pode acontecer tudo inclusive nada”. Mas continuo crendo que ser vice por vice não é um bom negócio. Deixe isso para o Vasco, aquele time lá do Rio de Janeiro, que já foi rebaixado três vezes para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol.

P.S. Acredito que, no fundo, o pré-candidato Zezinho Sobral, prefere Eliane Aquino a Robson Viana.

Modificado em 25/05/2016 09:43

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