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Maturidade é a palavra

Brasileiros insatisfeitos com o governo Dilma

Por Joedson Telles

Com o devido respeito, a franqueza grita neste momento a acordar pessoas que alimentam ódio – ou sentimento bem próximo – dos partidos de oposição, do STF, de setores da mídia, enfim: da gama da sociedade que nutre o sentimento que culminou com o afastamento da presidente da República, a petista Dilma Rousseff, neste histórico dia 12 de maio. Maturidade é a palavra.

A democracia manda respeitar a decisão do Congresso Nacional em sintonia com o STF no sentido de que se investigue e comprove-se ou não a suspeita de crime de responsabilidade. Se fosse um presidente tucano ou de algum partido da oposição nas mesmas circunstâncias, o PT encabeçava o movimento ateando gasolina no fogo o tempo inteiro. Não sossegava até o impeachment ser posto em prática. Alguma dúvida?

É preciso aceitar que não colou a história do “golpe”. Pelo menos no atacado. Em sua maioria, a sociedade, indignada com as mentiras da então candidata Dilma, admitidas pelo criador Lula, posteriormente a reeleição, não abraçou a ideia. E nem poderia. Indago: qual a credibilidade que Dilma tem para jogar o eleitor que se sentiu traído por ela via aumentos e desemprego contra aqueles que decidiram lutar pelo impeachment?

Sem resposta, e fugindo da situação mais que o inimigo foge da cruz, resta um entre dois caminhos aos defensores de Dilma: a grandeza de admitir um país de cabeça para baixo – por motivos já explicados a granel neste e noutros espaços – e neste caso, por amor ao Brasil, somar-se aos que entendem a necessidade de haver uma troca de comando dada à falência da atual gestão ou apelar. Tentar se segurar em qualquer coisa – ainda que esta não faça o menor sentido. Desafie a lógica inteligente e desmoralize seus próprios autores aos olhos dos lúcidos. Os que entendem o inigualável jogo e a verdadeira intenção dos participantes.

Não colará choro. Tampouco violência por conta do resultado esperado, mas jamais aceito. Ninguém gosta de perder – sobretudo em se tratando de poder, evidente. Mas é preciso ter dignidade. Hombridade para saber respeitar um processo democrático – sobretudo quando se adota o discurso da democracia. Que se ratifique o óbvio: ninguém expulsou Dilma usando da violência. Movidos pelo sentimento da maioria dos brasileiros, deputados e senadores votaram pelo afastamento legitimados pela Constituição, pelo STF e, evidente, com o aval que o povo conferiu nas urnas. Precisa mais?

Dilma, é claro, não caiu sozinha. Inúmeras pessoas que ocupavam cargos comissionados – algumas desde que Lula assumiu o governo, há nada menos que 13 anos – estão arrumando as gavetas neste instante.  Gente que sem prestar concurso ocupou um cargo público por 13 anos e ainda se permite ao luxo de estar revoltada. Coisas do Brasil. É difícil, sobretudo numa cultura do egocentrismo como a nossa, a pessoa pensar no coletivo. Na situação do País, nos desempregados, sobretudo, e mesmo perdendo a “boquinha” ter a grandeza de admitir que o procedimento cirúrgico se faz necessário. Juntar os cacos, aprender com os erros e tentar a sorte outra vez em 2018 seria o mínimo que deveriam fazer.

Lógico, e o contrário seria de uma estupidez sem tamanho, que o presidente que assume não traz a fórmula mágica de consertar o Brasil com a rapidez que se troca um pneu de um carro de Fórmula 1. Além de Michel Temer ser uma incógnita, até por ter convivido na cozinha da Dilma até acreditar na possibilidade de real de ocupar a Presidência, os problemas são tantos, o estrago tão cruel, o tempo entre a descoberta da doença e o início do tratamento tão longo que não se deve esperar milagre imediato Devemos persistir. O importante, contudo, é que primeiro passo foi dado.

P.S. Se o PT e aliados admitem que a política é um jogo, e concordam que Lula, se estivesse no lugar da Dilma, não sofreria o impeachment, por várias razões, o que alimenta o ódio à oposição?

Modificado em 12/05/2016 12:12

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