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JB acerta ao passar a faca. Tem que governar para a coletividade. Bem vindos R$ 250 milhões. Uma chupeta à incoerência

Jackson: elegendo prioridades

Por Joedson Telles

Acosso com uma lupa a coerência de sindicalista que ontem fez campanha pelo então candidato ao Governo do Estado Jackson Barreto e, hoje, se esperneia quando o mesmo Jackson, como governador, usa a caneta emprestada legitimamente pelo voto popular para economizar quase R$ 250 milhões por ano, ao acabar com um verdadeiro carnaval fora de época a desfilar em cargos comissionados, ao ritmo de vantagens que só mesmo a mãe Estado viciou em afiançar à custa do dinheiro do contribuinte. Na iniciativa privada, este tipo de juízo carece de um dicionário.

Evidente que no falado Projeto de Reestruturação há certos pontos que poderiam ser rediscutidos e, dependendo das finanças do Estado, até revistos, mas, como um todo, Jackson acertou. Pensa em investir em todas as áreas. Demonstra ter responsabilidade com um dinheiro que não lhe pertence. E vou mais além: se o senador Eduardo Amorim vencesse o pleito, a coisa só seria diferente se ele quisesse entrar para a história como um político incoerente. Não que o tenha visto infiltrado nas manifestações de sindicalistas a falar asneiras. Mas, em tempo, lembro aos de memória fraca: este ajuste radical na máquina foi discurso da oposição. Aliás, mesmo depois do pleito, ao jornalista que assina este texto, o senador Eduardo Amorim concedeu entrevista e, acertadamente, manteve a coerência. Sergipe não poderia continuar tendo mais secretarias que estados geograficamente bem maiores.

Evidente que os sindicalistas precisam mostrar serviços. Vivem disso. A grita sindical é da política. Mas, como em tudo na vida, é preciso coerência. Como é que vestem a camisa do então candidato Jackson Barreto, como fez escancaradamente a CTB/SE, por exemplo, e quando JB consegue a reeleição tentam impedi-lo de cumprir justamente suas promessas de campanha? É uma violência contra o projeto do governador. Das duas uma: ou apoiaram pensando que Jackson mentiu, quando prometeu cortar despesas ou querem jogar para a galera. Apostar na falta de informação coletiva para ficar bem com os servidores públicos.

Um Estado cujo gestor pensa, de fato, em desenvolvimento não pode ser refém de uma parcela mínima da população que enxerga o serviço público como a única forma de ganhar dinheiro. É preciso fitar a máquina pública como uma ferramenta pronta a servir toda a sociedade, e não apenas a uma parte desta sociedade. Era preciso reduzir os CCs, mesmo. Diminuir o número de secretarias, sim senhor. Cortar imoralidades como desperdícios de telefones e combustível. Toda economia é válida e bem vinda. Aliás, excelente a medida de sepultar as tais incorporações. Tem gente que circulou em cargos, engordou os vencimentos e, além de provocar indignação em outros servidores pela falta de isonomia, não acrescentou nada em termos de melhoria na prestação de serviço. E olha que Jackson ainda respeitou o chamado direito adquirido.

Do meu modesto ponto de vista, o governador não deve estar imune às críticas. Precisa ser cobrado, sim. “Quem não pode com o pote, não pega na rodilha”, diz o lugar comum. Mas a cobrança deve ser no sentido de o seu governo prestar serviços de boa para excelente qualidade a Sergipe. Para melhorar áreas conhecidas pelos seus problemas como saúde, educação e segurança pública. Um governador não pode ser jogado à parede para agradar meia dúzia de pessoas – algumas que jamais seriam as mesmas na iniciativa privada, diga-se. No momento em que Jackson pediu o voto para legitimar tais medidas, muita gente que hoje dá ataques vestiu a sua camisa. Ou não? Então, é hora de respeitar seu projeto de governo. Aqui vai uma chupeta.

Por fim, ajuízo que essa história de argumentar que o Estado não está em crise, tentando jogar o governador contra a sociedade, não persuade aos atilados. Isso porque mesmo que o Estado esteja nadando em dinheiro, como alguns sindicalistas tentam passar, quem é o ingênuo (pra escrever o mínimo) que trabalha duro na iniciativa privada – ou mesmo está desempregado – e vai criticar o governador porque está economizando dinheiro público no micro para aplicar no macro, priorizando obras e serviços? O Estado não existe apenas com o objetivo de pagar a servidor. Tem graves problemas – como o tal déficit na previdência, hoje na casa dos R$ 750 milhões, pedindo soluções. Se for para governar apenas para os ocupantes de cargos públicos é melhor fechar a bodega, mandar todo mundo para casa e orientar a passar o cartão no final do mês.

Ironia à parte, com tanta incoerência, o único “feito” que certos sindicalistas conseguem é persuadir que, aos olhos de certas figuras, o Estado será sempre visto como dadinhos viciados a favor do apostador.

P.S. Em tempo: é bufo resmungar sob o argumento que Jackson fala em deixar 30% para apadrinhar os seus. E era para nomear os de João? Os de Amorim? Albano? Qual gestor no mundo descarta aliados para administrar com adversários? Lógico que o governador errará feio se nomear incompetentes. Mas tendo competência? Confiança é o próximo passo. Há certos pleitos que espelham a falta de uma trouxa de roupa suja à espera da mão de obra.

Modificado em 11/12/2014 08:23

joedson: