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Jackson precisa aglutinar forças e não de aliados se engalfinhando

JB trabalha e outros dão trabalho

Por Joedson Telles

Não tem como fugir do assunto: a informação sobre crise que ronda o grupo outrora regido pela batuta do falecido Marcelo Déda começa a ganhar o estado. Até pessoas aparentemente desinteressadas pelo grupo parecem sentir no ar que, como diz Caetano Veloso, “alguma coisa está fora de ordem”.

Recentemente estive em um escritório para entrevistar uma das maiores lideranças políticas de Sergipe (o material estarei disponibilizando aqui neste espaço nos próximos dias) e uma das pessoas que também esperava para falar com o político indagou: “você que é jornalista, será que vai haver mesmo um racha no grupo de Déda com esse negócio aí de Valadares e do PT?”

Até pela responsabilidade do ofício, optei por limitar minha resposta. Disse apenas o que já havia dito neste espaço que, ao meu ver, o prejuízo pode ser bem maior para o governador Jackson Barreto que para Valadares, João Daniel ou Rogério Carvalho. Jackson é pré-candidato ao governo. Ele precisa aglutinar forças e não de aliados se engalfinhando. Mas a impressão que se tem é que enquanto Jackson trabalha duro pelo seu sucesso do seu projeto certos aliados não caminham em sintonia.

Evidente que levo em consideração os fatos colocados tanto pelo PT quanto pelo senador Valadares. E com essa história de Valadares apelar ao Congresso para passar um pente fino na relação João Daniel x ONG´s, o caldo pode entornar para o PT de Sergipe. Ou como diz Valadares, para o “novo PT”.

O partido foi exposto pela grande mídia nos últimos anos como atolado no maior escândalo de corrupção já visto no Brasil. Muitos petistas tidos como exemplo de moralidades experimentaram a hospedagem de uma penitenciária. Sergipe foi blindado, felizmente. Líderes da legenda, como Marcelo Déda e José Eduardo Dutra, nunca deram motivos para que Sergipe entrasse na lama.

Caso Valadares leve mesmo esta história adiante, e o Congresso Nacional descubra fatos que comprovem algo contra o deputado João Daniel, a coisa pode mudar de figura. Evidente que todos são inocentes até que se prove o contrário, mas neste terreno minado chamado política todo cuidado é pouco.  Às vezes, a versão do fato vale mais que o próprio fato.

O momento do PT em Sergipe é delicado. Creio que não suportaria um escândalo. Perdeu o governo com a morte de Déda, e, por tabela, a pasta mais importante: a Casa Civil – com a saída de Silvio Santos. Não tem um só quadro com densidade eleitoral para disputar o Senado com chances reais de vitória. Perdeu a unidade que tinha no tempo em que era comandado por Silvio Santos com o apoio de Déda. É visto como um partido que perdeu também a identidade pelos outros partidos de esquerda, o que dificultaria compor uma aliança.

Como se isso tudo não bastasse, o PT pode sair deste episódio da exoneração de Luciano Pimentel da Caixa como um partido (ou parte dele) traidor de aliado e, por conta deste mesmo caso corre o sério risco de, em havendo alguma prova irrefutável de irregularidades na citada relação João Daniel x ONG´s, como suspeita Valadares, colocar em xeque a credibilidade também em Sergipe.

Note-se que pela ligação que tem com o presidente do partido, o deputado Rogério Carvalho, uma vez sofra, no mínimo, um desgaste político em pleno ano de eleição, João Daniel, sem esforço, estará a perpassar seu drama a outros petistas.

Lógico que assim como no escândalo do mensalão nem todo o PT estará em xeque. Há petistas sergipanos cuja honestidade nunca foi colocada em xeque em momento algum. São homens sérios. Sergipe é pequeno demais para se conseguir ofuscar certas coisas. Todavia, não falta quem precisa, como está em moda, “rezar pelo melhor e se preparar para o pior”.