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Jackson e a sobrevivência pela obrigação de impedir a quebra da aliança

Jackson Barreto: fogo em casa

Por Joedson Telles

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) voltou a manifestar sua ira no tocante à exoneração do aliado Luciano Pimentel da superintendência da Caixa Econômica Federal. Mais cauteloso, optou pelas entrelinhas, para ratificar sua contrariedade com a decisão que abriu uma crise na aliança PT/PSB/PMDB.

“Estarei viajando de férias por 15 dias. Aproveitarei para refletir melhor sobre o momento político, antes das decisões que o PSB terá que assumir. Este ano será um ano duro que exigirá do PSB sergipano acerto e firmeza em suas decisões. Que o Senhor nos ajude a fazer o que for melhor pra Sergipe”, postou em seu Twitter, na manhã desta segunda-feira 6.

Está na cara que o Senhor, no caso o nosso Deus, não terá que ajudar apenas o senador Valadares e, por tabela, os demais membros do PSB. A esta altura, quem mais precisa de ajuda, creio, é o governador Jackson Barreto (PMDB), que necessita aglutinar forças políticas para a sua pré-candidatura à reeleição, mas começa a ver a aliança costurada por Marcelo Déda em xeque.

Valadares, que já foi acusado não apenas ter mais de 600 cargos comissionados no governo Jackson Barreto, mas também de manter contatos políticos com o prefeito de Aracaju, João Alves, visando as eleições deste ano, parece ter recebido um presente divino do novo PT: uma desculpa convincente para trocar de grupo político e ainda sair como vítima. As declarações de João Daniel, ligado até o pescoço ao presidente do PT, o deputado Rogério Carvalho, parece que não derrubaram apenas Pimentel. Mais que isso podem deixar PT e PMDB isolados no processo – o que deixaria JB numa situação difícil até para montar uma chapa  majoritária com nomes que tenham, de fato, densidade eleitoral.  Será que João Daniel e Rogério Carvalho pensaram nisso? Ou a intenção era essa mesma?

O fato é que não há quadros no PMDB e tampouco no PT – e muito menos nos partidos pequenos – que tenham a mesma força eleitoral que Valadares  para se somar a Jackson na chapa majoritária. O nome que mais se aproxima, o deputado Rogério Carvalho, só disputaria o Senado se tivesse chances reais de vitória – como tem hoje se disputar a reeleição para a Câmara.

O xis da questão, todavia, é como convencer Rogério Carvalho a tentar um voo mais alto, se do outro lado do aeroporto estão nomes como Eduardo Amorim, João Alves e Valadares, que podem não disputar a eleição para o Senado, mas devem apoiar nomes também fortes como Maria do Carmo, Adelson Barreto, Valadares Filho entre outros?

O problema de JB, note-se, se agrava ainda mais quando existe a possibilidade real dos  líderes João, Eduardo e Valadares – pelo menos dois deles – estarem no mesmo palanque, somando votos e tempo de TV. Evidente que isso pode não acontecer. JB  pode apagar o fogo antes do caos. Mas, como disse o próprio Valadares, “política é arte do cão”.  JB, um político experiente e calejado, certamente, sente mais que qualquer um a necessidade de evitar o desenho, que seria trágico para suas pretensões. Se apegar ao Senhor nunca foi tão essencial.

Modificado em 06/01/2014 11:34