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“Impedimento de Dilma não deve gerar um apartheid no Brasil”, defende Luciano Pimentel

Luciano: não é “golpe” 

Favoráveis, ele e seu PSB, ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), no próximo domingo, dia 17, o deputado estadual Luciano Pimentel pediu, nesta quarta-feira, dia 14, num longo discurso na Alese, mais racionalidade e tolerância da classe política diante desse fato, e condenou uma tendência de “apartheid” em curso no Brasil, que separa e segrega os brasileiros em pobres e ricos, em negros e brancos, em democráticos e reacionários.

Para Luciano Pimentel, “o impeachment não é golpe”, é um “rito previsto na Constituição do país” e deve ser encarado sem mistificação pelas correntes contrárias a aplicação dele. Na visão do deputado, a presidente Dilma Rousseff está em vias de ser ejetada do cargo e deveria ter sabedoria política para sentir o quanto da culpa é dela mesma, que “não teve sensibilidade no trato com as atividades da política e muito menos com as da economia”.

“A presidente da República foi extremamente incapaz politicamente. Ela, quando assumiu no primeiro mandato, abandonou Lula. Na reeleição, estava ruim e foi buscar Lula para ajudar a se reeleger. Se reelegeu e o abandonou novamente. Quando é agora, que está caindo, ela vai de novo resgatar o ex-presidente – e isso eu ouvi de uma pessoa forte do PT de São Paulo. Nada disso estaria acontecendo se a presidente da República tivesse um mínimo de condição de acesso pela classe política.  Eu vi no PP deputados dizendo seguinte: ‘Eu sempre fui da base, e ela me desrespeitava. Agora, vem pedir meu apoio”’, diz o parlamentar.

Debilidade econômica 

Para Luciano Pimentel, é um risco fechar os olhos para as debilidades do Governo de Dilma, nos desacertos econômicos, e apontar a culpa exclusivamente para o desejo contrariado da classe política que quer despojá-la do mandato. “Eu reputo o Governo do presidente Lula como um grande Governo. Muitas realizações foram feitas no nosso país por ele, e a classe política reconhece a ascensão que as classes menos favorecidas tiveram nos dois mandatos dele, fato que não ocorreu com a presidente Dilma”, disse Luciano.

“O Governo dela é fraco, sem interlocução com a classe política, sem interlocução com a sociedade e muito do que está acontecendo hoje, no capítulo fragilidade do Governo, de ter pedido apoio, é exatamente por falta dessa habilidade política dela, coisa que sobrava no ex-presidente Lula”, completa o parlamentar.

Luciano Pimentel refuta e rechaça a pregação dos governistas de que o “impeachment é golpe” e não aceita o que chama de “apartheid ou segregação política” e de classe sociais por pensamentos divergentes. “Da mesma forma que os partidários da presidente consideram que é um golpe, outros consideram que não é. Grandes juristas, grandes artistas também, dizem que não é. Dizem que é constitucional, e a democracia passa por isso. Temos de respeitar as opiniões de todos os atores sociais”, diz ele.
Contra o apartheid 

Antes de Luciano falar ontem na Assembleia, a deputada Ana Lúcia Menezes, PT, fez uma consistente exposição de atos que haverá com artistas e políticos entre esta sexta e domingo em Sergipe, contra a cassação de Dilma. Luciano diz que isso é normal e bom. “Eu acho muito bonito a senhora expor uma manifestação que vai haver em favor da presidente Dilma. Deve ser feito. É democrático isso. Todos têm de ter seu espaço diante deste fato. Mas não significa dizer, também, que o do outro lado não, ‘porque é o branquinho, porque é o riquinho’. Eu não vejo desta forma. Não podemos criar no nossos país um apartheid. Uma segregação”, disse.

“Não podemos aceitar a visão de que quem é a favor do Governo hoje é anti-golpista, é democrata. E a de que quem é contra, é reacionários, é fascista. Não podemos ir por aí. Nós temos que discutir é a integração dos povos, e não a separação. Temos que ir para a luta e para a discussão das ideias. Um grupo pensa de uma forma, outro, de outra. Quem está certo? A maioria. Hoje, todas as pesquisas trazem que a maioria da população Brasil não está satisfeita com o Governo. Está favorável a um processo de afastamento da presidente da República, seja pelo impeachment ou pela renúncia”, diz.

O parlamentar defendeu, ainda, o deputado Valadares Filho, PSB, exposto em um outdoor fake em Aracaju, no qual aparece associado à informação de que a presidente Dilma teria lhe oferecido R$ 1 milhão pelo voto contrário ao impeachment. “Com relação a esse outdoor, Valadares Filho me disse: ‘Rapaz, eu não sabia, não autorizei e estou buscando os meios legais para retirada, porque nunca ocorreu o que está sendo dito nele’. Todos sabem que nunca houve história com dinheiro na conduta do deputado Valadares Filho e nem na do senador Antônio Carlos Valadares. A presidente nunca ofereceu ao partido nenhum tipo de barganha financeira”, diz Pimentel.

Por Jozailto Lima 

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