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Há meses, espera-se uma posição enérgica de Jackson Barreto frente a criminalidade

Jackson: precisando dar uma resposta positiva

Por Joedson Telles

Escuto, na Ilha FM, nesta terça-feira 13, com ares de segunda, os colegas Jailton e Magna Santana comentando a execução de mais três pessoas em Sergipe. Desta vez, em São Cristóvão. Foram vítimas de homens encapuzados, na noite da última segunda-feira 12. De pronto, volto a indagar a mim mesmo: aonde vamos parar? Difícil saber. Mas de uma coisa ninguém parece ter dúvida: a notícia destas três mortes, certamente, já caducou frente à velocidade com a qual a violência toma conta de Sergipe. Note-se: qualquer crime soa notícia velha. É como se a maioria já esperasse o pior no automático.

A criminalidade assumiu uma cara tão feia em Sergipe que, com raras exceções, um novo crime surpreende. Choca. A coisa parece banalizada. Comenta-se a desgraça alheia algumas vezes e vira-se a página. Vítimas, familiares e amigos sofrem. O Estado, quando tem a coragem de se pronunciar, recorre a desculpas pífias que não convencem. Já os bandidos, estes contabilizam mais um sarro tirado da cara da sociedade e, evidente, de quem é pago por ela para lhe dar segurança. Eis o 3 x 4 do filme de terror.

Aliás, os dados da violência no Brasil, divulgados, na semana passada, ilustram bem o caos. Ratificam o momento. Sergipe, que já viveu tempos de paz, que já foi referência de estado tranquilo, onde a segurança pública era eficiente, hoje, é exemplo do que deu errado. E, assim, a bandidagem segue levando a melhor. Homicídios e demais crimes só aumentam. Medo e desesperança são palavras chaves no repertório dos mais lúcidos. Não dá para continuar se enganando: chegamos ao fundo do poço. Qualquer um pode ser a próxima vítima. Acreditar em quem?

O momento exige que secretário de Segurança Pública, delegado geral da Polícia Civil, comandante da Polícia Militar e, evidentemente, o próprio governador do Estado, aliás, sobretudo o governador Jackson Barreto, que foi eleito sob a promessa de dar segurança a Sergipe, criem uma agenda permanente sobre o tema e transitem da teoria à prática. A segurança envolve muito mais braços do Estado e até a própria sociedade, lógico. Mas o primeiro passo é reunir os agentes que lidam diretamente com a área para colocar em prática um projeto eficiente. Até o momento, se é que existe projeto para a segurança se mostrou falido. O que falta acontecer mais para se admitir esta obviedade? Humildade para reconhecer isso é imprescindível.

Lógico que perdemos muito tempo. Que a busca pela eficiência precisaria ter sido feita, no mínimo, nos primeiros dias do atual governo. Por mais eficiente que seja o projeto a ser implantado hoje não conseguirá trazer vítimas fatais de volta. Perdemos vidas e tempo. O ano de 2015 jaz. Mas, pelo menos, podemos ter um 2016 mais tranquilo.

É certo que o governador ainda recupera a sua saúde. Mas é difícil acreditar que não possa usar o celular para cobrar dos seus auxiliares respostas concretas. E se o faz, que não tenha forças para resolver o caos de outra forma. Ninguém concebe que, ainda que Jackson esteja sem poder caminhar, como chegam as notícias, não possa também pensar. Que não possa receber em sua casa estes auxiliares e cobrar trabalho eficiente, sob pena de exonerá-los.

Há meses, espera-se uma posição enérgica de Jackson Barreto frente a criminalidade que toma conta de Sergipe. A memória das vítimas, a dor dos seus familiares e o medo de ser o próximo nesta fila virtual deste matadouro no qual se transformou Sergipe não permitem negociar o governador fora da linha de frente de um novo e eficiente projeto de segurança pública. Sergipe não merece e não pode continuar sendo uma terra onde bandido não tem medo de polícia e, com ações, zombem de leis e autoridades. Basta.

P.S. Em tempo, o vice-governador Balivaldo Chagas, governador em exercício, não escalou nenhum auxiliar do governo. Injusto cobrar dele alguma coisa conhecendo a cultura das nomeações do Estado e o seu dia-a-dia. 

Modificado em 13/10/2015 10:28

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