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Governo x sindicalistas

Dudu: lutando sem números reais do governo

Por Joedson Telles 

No primeiro dia de greve geral dos servidores públicos de Sergipe, na terça-feira, dia 22, sindicalistas organizaram a pauta em torno do parcelamento dos seus vencimentos, da reposição da inflação, do Plano de Cargos Carreiras e Vencimento, dos subsídios e reajuste no piso dos professores. De acordo com o economista Luís Moura, do Dieese, o Governo do Estado tem como contemplar os trabalhadores. Ou seja, não o faz porque não quer.

“O secretário da Fazenda contestou esta informação, mas não apresentou publicamente nenhum dado que conteste minha afirmação. Não temos como acreditar num governo que firma compromisso em reunião e depois não cumpre com sua palavra”, disse Luís Moura ao site da CUT/SE. “Se o governo não abre as contas, como vamos saber o que está por trás desta crise? O que tem a esconder?”, indaga o presidente da CUT/SE, Rubens Marques, o professor Dudu.  Já a sindicalista Maria Inês Oliveira, do Sindicato dos Psicólogos do Estado de Sergipe, assegura que o trabalhador paga pela incompetência dos gestores.

Imagino a cabeça do servidor público. De um lado o duro discurso sindicalista em tom de denúncia de uma irresponsabilidade e incompetência sem tamanho, quando se tropeça na informação que o Estado tem como atender aos seus servidores, inclusive pleitos garantidos em lei, mas não o faz, simplesmente, porque não quer. Do outro lado, o governo avocando desgaste atrás de desgaste sob o argumento de que a crise econômica contaminou as finanças do Estado, não permitindo atender aos pleitos – e ainda obrigando-o a “se virar nos 30”, parcelando vencimentos e contraindo empréstimos até de quem sequer foi consultado sobre a operação. Ou seja, quebrado. Longe de não atender ao trabalhador porque não quer.

Que a crise não apenas econômica, mas também política e ética que asfixia o Governo Federal tem castigado Sergipe não deve existir uma só pessoa minimamente informada que tenha um segundo só de dúvida. O problema é saber até que ponto isso, de fato, impede o Governo do Estado de atender a pauta dos trabalhadores. O governo pode até estar certo, falando a verdade, mas parece ter sérios problemas para dizer isso à sociedade de forma convincente.

Por sua vez, os sindicalistas, que lutam contra uma realidade que vem maltratando o servidor público, argumentam, jogam o governo na parede, apresentam dados, organizam manifestação, concedem entrevistas, mas também não passam segurança na informação que o governo não atende aos pleitos porque não quer, à medida que eles próprios, os sindicalistas, admitem desconhecer os números governistas. Cobram ao governo pauta e transparência do que impede saciar desejos. E parecem sem força diante da realidade.

O Governo do Estado, se, de fato, não tem como atender 100% da pauta, se está fazendo o chamado dever de casa para chegar lá amanhã, se tem vontade política, mas não condições econômicas para contemplar aqueles que fazem a máquina andar, não está tendo competência para convencer. Ainda que tenha razão tropeça em si mesmo quando não consegue persuadir. Enquanto o tempo não revela quem consegue resolver primeiro o seu problema, e, assim, passar confiança nas informações, o servidor público vai vivendo sua angustia. Pobre servidor.

Modificado em 23/09/2015 08:11

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