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Governo busca combater o câncer. Mas e o hospital especializado?

Por Joedson Telles 

Vejam só as palavras do governador Jackson Barreto, depois entro em campo: “Nenhuma obra seria tão valiosa para nosso povo como essa, que vai colocar novo equipamento no estado. Isso mostra nosso compromisso com a saúde pública. Sei que temos falhas, que a saúde é fragilizada, mas estamos trabalhando. Vamos facilitar a vida das pessoas que precisam da assistência do Huse, e agradeço a Deus por ver essa realidade e poder contribuir e ajudar meu estado e minha gente a ter dignidade e melhores condições de tratamento”, declarou o governador.

No gramado! O verbo emerge a propósito de o ministro da Saúde, Marcelo Castro, ter assinado em Sergipe ordem de serviço que possibilitará a instalação de um novo aparelho de radioterapia no Hospital de Urgência de Sergipe. Hoje, vítimas do câncer, que não têm as mesmas condições financeiras dos políticos, por exemplo, para se tratar no Sírio Libanês, em São Paulo, agonizam na fila pelo tratamento precário. Muitas morrem. Se o governador está otimista, esperançoso, imagine pacientes e familiares?

Saindo mesmo do papel, a medida será muito comemorada. Por todos. Será uma importante bola dentro do atual governo. Mas não deixará de ser um paliativo, frente ao sonho dos sergipanos neste terreno: ter um hospital inteirinho e bem estruturado especializado em tratamento de pacientes com câncer. A sonhada obra, contudo, parece vítima de uma maldição, já que chegam verbas, mas não se avança da fase conhecida como terraplanagem.

Aliás, se colocar na ponta do lápis o tempo que se fala na construção de um centro especializado em oncologia chega-se facilmente à conclusão frustrante: o Huse foi construído em menos tempo. E olhe lá se o Sírio Libanês idem. Se o pensamento, como disse o governador, é mesmo “facilitar a vida das pessoas que precisam da assistência”, por que não priorizar a construção do Hospital do Câncer? Boa pergunta, não?

Quantas obras já foram edificadas em Sergipe, por este e por outros governos, depois que se percebeu a necessidade de Sergipe ter um hospital com essa finalidade? O bom senso não quer nutrir a ideia que pirraça política trava o benefício coletivo. Seria pequeno demais. Para não escrever criminoso. Melhor acreditar que uma terraplanagem, em Sergipe, leva séculos e séculos para ser concluída.

P.S. Gostaria de ver a cara de vassalos nada afeitos ao contraditório, mesmo diante do caos, no momento em que o próprio governador admitiu: “sei que temos falhas, que a saúde é fragilizada”. 

Modificado em 21/11/2015 09:42

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