body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Foi João quem fez? Nada. O tema da campanha já é João não fez

João: cobranças da oposição

Por Joedson Telles

Pego as últimas entrevistas dos pré-candidatos a prefeito de Aracaju, o deputado federal Valadares Filho (PSB) e o ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), espremo como se fazia com roupas encharcadas antes da invenção da máquina de lavar e obtenho a frase que serve de título para este texto: “Foi João quem fez? Nada. O tema da campanha já é João não fez”. A frase tão explorada nas redes sociais, na campanha passada, “foi João quem fez”, parece, hoje, sepultada pela oposição.

Apontar os problemas de Aracaju e lembrar que o então candidato João Alves prometeu soluções para grande parte deles, mas não conseguiu dar respostas a todas as demandas, já materializa a campanha do amanhã. O ano de 2016 chegou antes do Natal de 2015.

Não vejo problema no açodamento. Claro que poderia ser diferente. Mas, pela cultura política, cada vez mais antecipa-se a próxima eleição. Aliás, 2018 já está em pauta há tempos… Edvaldo e Valadares não criaram as regras do jogo. Apenas se beneficiam. E, cá pra nós, é preciso muita ingenuidade para acreditar que, se João Alves estivesse na oposição, e Edvaldo ou Valadares no exercício de prefeito de Aracaju, a história seria diferente. João se prepararia para uma difícil campanha falando em paciência com o adversário, ao invés de cobrar as promessas de campanha? Ho, ho,ho,ho…

O próprio João Alves, que está longe de ser um menino neste terreno eleição, não deve se surpreender nem um pouco com os adversários. É tanto que evita polemizar. Dar de ombros às críticas. Escapa de tratar o assunto na mídia, e quando surpreendido e acossado por jornalistas, recorre à velha muleta de tirar o foco da política e pôr na gestão. Com direito a gargalhadas.

Todavia, o prefeito tem ciência que, se for mesmo candidato a reeleição, terá que se entender com os eleitores de Aracaju no momento certo. Sabe o que prometeu na campanha passada e, sobretudo, o que fez e o que deixou de fazer. Está tendo a sua administração, visivelmente, prejudicada pela situação econômica do país. Mas, nem por isso, deixará de ter a obrigação de separar crise de descaso. O eleitor cobrará. E as urnas darão o veredicto.

Já Edvaldo e Valadares Filho, em entrando oficialmente na disputa, serão cobrados pelo que estão a declarar. Os eleitores, ao menos os que têm mais discernimento, saberão filtrar suscitação sobre fatos importantes para a sociedade de sensacionalismo para ganhar eleição. Estes eleitores terão, por certo, inclusive, o Governo do Estado e seus inúmeros problemas como parâmetros para avaliar se a oposição a João Alves age dentro da coerência com os interesses públicos ou visa apenas interesses de um público. Indagarão, por exemplo, se a oposição critica e cobra soluções ao prefeito João Alves, por que não se faz o mesmo com o governador Jackson Barreto, já que no Estado a situação é muito mais grave em todas as áreas?

Como se vê, a guerra pelo voto, em 2016, em confirmando os personagens da história, estará em persuadir o eleitor dentro de um entre dois discursos: João é tão vítima quanto a população: não cumpriu todas as promessas de campanha por conta da crise econômica, teve vontade política, mas faltou condições ou João falhou mesmo com o aracajuano. Faltou compromisso. A eleição será decidida aí. Duvidam?

Modificado em 06/11/2015 09:49

Universo Político: